A proporção de domicílios com acesso à Internet no Brasil em 2014 chegou a 50%, o que corresponde a 32,3 milhões de domicílios em números absolutos. Essa é a primeira vez que o País ultrapassa essa marca. É o que mostra a pesquisa TIC Domicílios 2014, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
O levantamento revela também que acessam a internet pelo celular 81,5 milhões de brasileiros com mais de 10 anos de idade. O número representa 47% dessa parcela da população, de acordo com as entrevistas feitas em 19,2 mil domicílios entre outubro de 2014 e março de 2015. Na edição anterior da pesquisa TIC Domicílios, com referência a 2013, o percentual de usuários da rede por telefone móvel era de 31% e em 2011, de 15%.
O celular é o segundo aparelho mais presente nos lares brasileiros, estando em 92% deles. Perde apenas para os televisores, que estão em 98% dos domicílios. No total, o telefone móvel é usado por 86% dos adultos e adolescentes, um total de 148,2 milhões de pessoas. O aparelho é o único meio de acesso a rede para 19% dos usuários. O computador é o canal exclusivo de conexão para 23% dos internautas. 56% utilizam os dois meios.
Entre os usuários de internet, o equipamento mais utilizado ainda é o computador, sendo meio de acesso de 80% deles – 54% computadores de mesa e 48% notebook. Em seguida, vem o celular, com 76%. O tablet é usado por 22%.
Em 50% dos domicílios, há pontos de acesso à rede. Porém, são apontadas desigualdades regionais. Enquanto o índice de lares com internet fica entre 55,1% e 60% no Sudeste, o percentual nas regiões Norte e Nordeste está entre 35% e 40%.
“A série histórica da TIC Domicílios tem mostrado a permanência da desigualdade no acesso, fato que precisa ser observado em sua complexidade pelos gestores públicos para a reversão deste quadro” ressalta o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.
Por classe social, também é verificada disparidade no acesso. Entre as residências da classe A, 98% têm conexão, 82% nas da classe B, 48% na classe C e 14% nas D e E. O custo elevado do serviço é um dos motivos apontado por 49 % dos que não têm internet em casa. O segundo fator mais citado é a falta de computador (47%). Enquanto 45% disseram simplesmente não ter interesse.
Em relação a velocidade de conexão, 35% dos usuários têm acesso lento, de até 2 megabits por segundo (Mbps). O coordenador da pesquisa, Winston Oyadomari, destacou que a falta de boas conexões pode ser um impedimento para acessar determinados conteúdos. “Assistir filmes ou vídeos aparece como uma das atividades mais citadas. O que é interessante porque demanda uma conexão de internet que dê conta de vídeo. Como fica essa questão do indivíduo demandar o vídeo mas ter uma conexão que não necessariamente suporta?”, questionou.
O envio de mensagens instantâneas por redes sociais ou aplicativos é a atividade mais realizada pelos usuários de internet (83%). Participar de redes sociais é razão do acesso de 76% dos usuários. E 58% dos internautas usam a rede para assistir vídeos ou filmes.
Texto da Agência Brasil