Com dificuldades de popularidade em toda a cidade, o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) decidiu no último fim de semana, que dava início ao feriado de Dia das Crianças e de Dia de Nossa Senhora, cancelar a folga e visitar alguns bairros de Piracicaba.
Segundo o Poder Executivo, Ferrato “cumpriu extensa agenda de visitas aos bairros Cecap/Eldorado, Tatuapé I e II e Santo Antônio” onde vistoriou obras, conversou com moradores e inaugurou varejões municipais. “O objetivo é estreitar os laços com a comunidade e acompanhar os investimentos públicos, discutindo e encaminhando possíveis soluções” diz a prefeitura em seu site.
No sábado (10) de manhã, por exemplo, Ferrato, acompanhado dos vereadores Pedro Kawai e Gilmar Rotta, esteve no Centro Social do Eldorado, vistoriando a instalação de ventiladores e a colocação de piso intertravado no varejão do Cecap, atendendo solicitação da Associação dos Moradores, além das obras de construção da unidade do PSF (Programa da Saúde da Família) e conversando com a comunidade.
A tarde o prefeito acompanhado do presidente do Centro Comunitário do Tatuapé I e II, Edivaldo Carvalho, do Chefe de Gabinete, Camilo Barioni e do diretor de Abastecimento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Sema), Francisco Ernesto Guastalli, prestigiou o primeiro dia de funcionamento do varejão, entre as ruas Itanhaém e Itapetininga, que comercializará cerca de 4 mil quilos por semana, aos sábados, das 15 às 19h30. Atuam no varejão 12 proprietários distribuídos em 30 bancas.
Após a visita ao varejão, Ferrato seguiu para ver as obras de revitalização do córrego que fica ao lado do campo de areia, que segundo o prefeito, será revitalizado e devolvido em ótimas condições para a comunidade. Ao se deparar com a deposição de materiais recicláveis em área de preservação ambiental, o prefeito mostrou toda sua indignação, afirmando que aquela área não deve servir de acúmulo de lixo e precisa ser preservada. E solicitará que o secretário de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), Rogério Vidal, notifique a pessoa responsável pela deposição de materiais recicláveis no local.
O presidente do CC do Tatuapé I e II destacou a importância da presença do prefeito, para ouvir a comunidade e acompanhar de perto os investimentos públicos. “Não é a primeira vez que o Gabriel Ferrato esteve aqui. Como em outras oportunidades esteve aberto ao diálogo”.
No domingo de manhã Ferrato participou da inauguração oficial do varejão e centro social do bairro Santo Antônio, que deve comercializar 4 toneladas de mercadorias por semana. O espaço é ocupado por 30 barracas e 12 permissionários e também serve para outras atividades da comunidade.
O presidente da Associação dos Moradores do Santo Antônio, Bruno Henrique dos Santos Guimarães, avaliou que o local estava carente de um varejão, onde as pessoas possam fazer suas compras sem precisar ir para outro bairro. “Podem ter certeza que a comunidade abraçará este equipamento e saberá utilizá-lo da melhor forma possível”.
Acompanhado do Chefe de Gabinete, Camilo Barioni, o vereador Pedro Kawai e o secretário de Agricultura e Abastecimento, Waldemar Gimenez, o prefeito disse que o espaço é para ser usado pela comunidade, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida. “A equipe da Sema está de parabéns em integrar um equipamento de qualidade para a população”.
Segundo o prefeito, as visitas aos bairros devem fazer parte da agenda do homem público e esse contato com a comunidade é importante para ouvir as reivindicações da comunidade. “A demanda da prefeitura é grande. Estando nos bairros conhecemos os problemas apontados pelos próprios moradores e buscar as soluções possíveis. Não temos condições de atender todos os pedidos, mas a participação da população nessas decisões é importante”.
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PROBLEMAS DE POPULARIDADE – Praticamente sem apoio do próprio partido, Ferrato, conforme já noticiado pelo PiraNOT e outros meios de comunicação, vem relutando para permanecer no PSDB, mas nos bastidores do partido já é dada como certa a candidatura de seu antecessor, Barjas Negri, para prefeito ano que vem. Se quiser tentar um segundo turno, o atual Chefe do Executivo terá que buscar outra sigla.
Em entrevista para um jornal impresso e rádio, Ferrato comentou a situação delicada que vive no PSDB, cobrou uma postura do partido. As falas dele suaram para o eleitorado como de desespero para permanecer no partido. O PSDB, no entanto, procurou ignorar as declarações.
O primeiro ano de governo do tucano foi marcado pelos protestos do “Pula Catraca” logo após ele autorizar seu primeiro aumento da tarifa do transporte público. Os atos começaram em Piracicaba e ganharam força pouco depois na capital.
Com a cidade quase parada em termos de obras, com dificuldades na saúde e a falta de vagas em creches e escolas em alguns bairros, fora os problemas de segurança pública e denúncias do Ministério Público e do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que chegou a pedir a cassação dos seus direitos políticos, tem gerado reclamações no eleitorado que vem questionando com firmeza o governo tucano na cidade nos últimos 11 anos. Três deles são de Ferrato.
A obra do anel viário, por exemplo, iniciada em seu governo, teve um grave problema onde cinco operários morreram e a paralização por um tempo enorme gerou diversas dificuldades de mobilidade urbana. O prefeito poderia ter negociado uma aceleração na volta das obras, mas ao invés disso, iniciou duas grandes obras na principal ligação da zona norte para a leste interditando parcialmente por quase um ano as avenidas Centenário e Armando Dedini.
O novo aumento do valor da tarifa agora em 2015 e a pré-campanha desenvolvida por Barjas Negri tem enfraquecido ainda mais o seu governo.
Se não bastasse tudo isso, com a crise econômica, a prefeitura tem recebido menos recursos do Governo Federal o que impede a execução de mais obras visíveis na cidade, diferente de seu antecessor que, usufruindo de um bom momento no governo Lula, promoveu várias obras de viadutos, pontes e rotatórias em diversos lugares.
Há quem diga que Ferrato foi eleito graças a tantas rotatórias que Barjas Negri construiu na cidade. Essa foi a marca dos primeiros oito anos de governo tucano em Piracicaba.