
O rapaz acusado de ter batido no gerente de uma loja de enxoval de 22 anos, Diego Felipe Andrade, durante uma balada promovida por um bar no último feriado falou com o PiraNOT.com horas após a publicação da entrevista com a vítima. Na ocasião, D.A., de 21 anos, proprietário de uma lavanderia de roupas, disse que bateu sim em Diego, mas quando tentou separar ele de uma briga.
Segundo o acusado, a vítima e as testemunhas em depoimento na polícia se contradizem. “Houve uma briga e tentei separar. Fui até o banheiro onde o Diego me seguiu e questionou por que eu tinha lhe agredido. Ao tentar explicar que apenas estava tentando separar e que não conhecia as outras pessoas ele me agrediu. Passando a morder o meu polegar direito. Onde machucou bastante.” contou.

A versão da vítima, que ontem esteve na delegacia com o advogado do Piracicabano Music Bar, ele estava no fumódromo quando teria derrubado água sem intenção em alguns meninos onde acabou ocorrendo uma discussão. Diego disse ainda que foi até o banheiro onde foi abordado por dois rapazes. Um de cor de pele branca e outro negra. “Eles pediram meu celular e começaram a me ofender dizendo veado, gay, bicha, falando sobre minha orientação sexual e passaram a me agredir fisicamente onde para me defender mordi o dedo de um deles. Nisso juntou mais gente”.
Já Douglas diz outra coisa. “Quando ele partiu para cima de mim, mordendo o meu dedo, me defendi puxando a cabeça dele para baixo onde ele caiu e várias pessoas que estavam ali passaram a chutá-lo. Eu também chutei. Eu estava no momento de raiva, meu dedo doía e sangrava muito.” disse o agressor.
O jovem contou ainda que foi o único que aguardou a chegada da polícia para prestar depoimento. “Como eu não devia nada, fui o único que ficou aguardando a polícia chegar e me encaminhei para prestar depoimento. Nesse momento passei a ser acusado de homofóbico. Sendo que não sou. O motivo da briga jamais começou por esse motivo. E vou provar.” disse ele que dá mais detalhes. “Em momento nenhum xinguei ele como estão falando, mas outros que estavam na confusão fizeram isso sim”.
Douglas diz ainda que a briga não foi motivada por homofobia como acusa a vítima e suspeita o bar. “Em momento algum a briga se iniciou pelo Diego ser gay, já que na festa haviam vários homossexuais e somente ele arrumou confusão. Duas vezes. Ele não ficou naquele estado pela briga que tivemos no banheiro, mais também pela briga que já havia arrumado no fumódromo”.
Como noticiamos ontem, o agressor vem sofrendo ameaças e a família dele teme pela sua integridade física. “Sofri e venho sofrendo várias ameaças. Sem provas nenhuma. Não posso dizer que não o agredi, agredi sim, pois ele me mordeu, mas a história já mudou de rumo, quando a pessoa não assume que arrumou confusão, pois não soube beber e ao tocar determinada música começou a jogar água para cima derrubando em várias pessoas. Agora me responda? Você acha que uma pessoa que se diz tão inocente arruma briga duas vezes em uma balada pelo simples fato de ser homossexual? Não, não arruma” contou o agressor que se diz tranquilo diante de toda a situação. “Sei que não sou aquilo que estão me acusando. Agora terão que provar que uma briga virou uma tentativa de homicídio” disse.
O Piracicabano Music Bar, na Avenida Carlos Botelho, em Piracicaba, repudiou a briga e colocou à disposição da vítima o advogado Homero de Carvalho que em nota disse que a confusão foi um fato isolado. “Os proprietários do estabelecimento ao tomarem conhecimento do ocorrido, colocaram o departamento jurídico a disposição do Sr. Diego Felipe, até então tratado como vítima. Nenhuma responsabilidade tem o bar quanto aos acontecimentos, mas fará todo o possível para identificar os responsáveis e tomar as providências cabíveis” disse.
Ainda de acordo com a nota, “o bar não admite e não admitirá qualquer intolerância, seja ela racial, homofóbica ou outra qualquer”.
Ontem Carvalho declarou em sua rede social que vai tentar que Douglas responda não só por lesão corporal, mas também por tentativa de homicídio junto com os outros agressores ainda não identificados. “Vou tentar junto ao Ministério Público, para que o crime seja capitulado como tentativa de homicídio com qualificadoras, e requerer a prisão preventiva dos agressores, doe a quem doer.”
A vítima contou ao PiraNOT que embora estar trabalhando em conjunto com o bar, recusou o serviço do advogado e vai processar o estabelecimento já que acusa a equipe de segurança de não oferecer todo o socorro que julgou ser necessária. “A polícia quem chamou foram meus amigos que viram duas viaturas passando e deram sinal. Ninguém me ajudou, me largaram na guia” disse Diego.