Foi recolhido na tarde de ontem os restos mortais das quatro vítimas do acidente com o avião do banco Bradesco. Entre os mortos está o copiloto Francisco Henrique Tofoli Pinto, de 32 anos, morador de Piracicaba.
Segundo Edson Morais, Delegado Regional de Paracatu, pequena cidade de Minas Gerais, quase na divisa com Goiás, pouco restou dos corpos. “Encontramos apenas fragmentos como ossos. Alguns materiais estavam a centenas de metros da área da queda e para resgata-los precisamos de uma retroescavadeira”, disse.
A perícia esteve na fazenda onde o avião caiu. Ele estava com a documentação e manutenção em dia e a torre não recebeu nenhuma reclamação do piloto quanto a anormalidades durante o voo que saiu de Brasília na terça-feira por volta das 18h39 com destino a São Paulo. A queda ocorreu 25 minutos depois da decolagem. O piloto e o copiloto tinham autorização para pilotar este tipo de aeronave.
Pelo menos 20 policiais trabalharam na remoção dos corpos nesta quarta-feira e na busca pela caixa de voz do aparelho, objeto importante que deve ajudar na investigação sobre a causa do acidente. As primeiras informações levantadas no local adiantam que o avião caiu de bico, abriu uma cratera funda de aproximadamente cinco metros e explodiu em seguida. Pedaços dele ficaram espalhados pelo pasto.
Em nota a presidenta Dilma Rousseff (PT) lamentou o ocorrido. “Expresso meu pesar aos familiares e amigos das vítimas do acidente aéreo ocorrido em Minas Gerais vitimando quatro brasileiros. Além dos pilotos, Ivan Morenilla Vallim e Francisco Henrique Tofoli Pinto, apresento as condolências do governo pelas mortes dos dois executivos do Bradesco que também estavam na aeronave. Marco Antonio Rossi dedicou 34 anos ao Bradesco, eventualmente substituindo o atual presidente. Ele e o colega Lúcio Flávio de Oliveira, diretor geral da instituição, cumpriram papel fundamental na trajetória de uma organização que sempre acreditou no Brasil” diz o documento divulgado para a imprensa.
A Organização Bradesco também emitiu nota. “Reconhecidos pelo talento, competência e entusiasmo no trabalho, fraternal convivência com suas equipes e plena dedicação às suas famílias, eles cumpriram carreiras brilhantes. Os desaparecimentos prematuros interrompem tragicamente trajetórias profissionais marcadas por vitórias e conquistas, exemplares para todos os que com eles conviveram e que serão referência para as nossas novas gerações” diz o documento.
Tofoli trabalhava como terceirizado de uma empresa de aviação executiva que prestava serviços com frequência para o Bradesco. Em março de 2014 ele postou uma foto ao lado da aeronave que caiu dizendo as seguintes palavras: “Máquina linda”.
Ainda não há previsão de quando os restos mortais do copiloto piracicabano serão enterrados e nem em qual cidade ou cemitério isso ocorrerá.
Nas redes sociais do copiloto, amigos e parentes lamentaram a fatalidade. Alguns, compartilhando a notícia onde o PiraNOT informava a região sobre o ocorrido, comentaram a dificuldade em entender a tragédia. Uma delas é Márcia Bueno Elias, prima de Tofoli. “Quanta saudade você deixou, primo querido. Sei que está voando alto agora! Nossa família está em luto, mas ainda não acreditando que você partiu” disse ela que faz um apelo. “Deus, conforte nossos corações”.
O copiloto estava noivo de uma diretora de vendas de uma marca de cosméticos americana que também mora em Piracicaba. O pai e o irmão dele são pilotos.
Um ex-colega de trabalho também usou as redes sociais do PiraNOT para comentar a notícia. “Não acredito que ele morreu. Trabalhamos juntos na mesma linha na Delphi” disse T.R.