Quarta escola estadual é ocupada em Piracicaba por alunos e pais





Foto: Você no Pira
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No final da manhã de ontem, pais e alunos ocuparam a quarta escola estadual de Piracicaba. Trata-se da Pedro Moraes Cavalcanti, localizada na Avenida Dois Córregos, na zona leste.

Segundo uma aluna da instituição, o dirigente regional de ensino, Fabio Negreiros, estava na unidade em reunião com os pais de alunos onde demandas da comunidade eram analisadas. “Agente sabia que o dirigente ia assinar um documento para que o ensino médio não saísse mais da escola, mas marchetou uma mãe de duas alunas meio que fazendo escândalo e abriu o portão, todos os alunos entraram e o dirigente falou que não queria bagunça, ele viu isso e rasgou o papel. Ou seja, perdemos” disse G.S.A, de 15 anos.

Foto: Você no Pira
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A ocupação ocorreu após a realização da prova do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo) por volta das 10h30. A aplicação do exame para as turmas do período da tarde e noite foram canceladas.





Segundo a mãe de um aluno de oito anos, Marta Suzane, “Eu e todos os pais aqui somos a favor da manifestação, inclusive eu estudei nessa escola e quero que meu filho estude no Pedro até o término escolar dele” disse ao PiraNOT.

Outra mãe, Tamara Neto Camossi, procurou o site na manhã desta quinta-feira e falou sobre a ocupação. Ela desmentiu alguns boatos e convidou a comunidade para uma reunião hoje na escola às 20 horas. “A direção da escola nunca ouviu nós pais e nas últimas semanas, quando buscamos respostas para a rematrícula, não tinha ninguém na secretaria que conseguisse nos passar uma informação concreta” disse.

Foto: Você no Pira
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Camossi também comentou a reunião citada pela estudante. “A reunião feita pelo senhor Fábio, com um grupo de pais, era somente com a direção da escola e duas mães que são contra a ocupação do colégio, ou seja, não havia opinião contrária à vontade deles. Para a direção, o ensino médio é um fardo”.

A mãe acusou ainda a direção da escola de, após saber da ocupação, tentar impedir o ato e trancar os alunos dentro da unidade. “A senhora diretora trancou os alunos lá dentro junto com a Ronda Escolar, das duas mães que participavam da reunião, do dirigente, e uma mãe que é a favor da ocupação, sendo assim, os impediu de sair até a chegada de três advogados do movimento e alguns pais e parentes, que negociaram a saída da polícia que passou a ocupar o prédio”.

Camossi falou também em ameaça. “Os alunos foram ameaçados pela direção da escola e também pela polícia que dizia que se fosse preciso agiria com violência. Parecia um circo, nem na ocupação do Carandiru tinha tanta viatura na frente. Eles são estudantes, não são criminosos e como seria ótimo o mundo se as pessoas tivessem a consciência que eles estão tendo de quem são e onde querem chegar. Sem mencionar, a coação feita aos alunos do terceiro colegial para não aderirem ao protesto, caso contrário não teriam seus diplomas emitidos pela escola, impedindo-os de se matricularem nas faculdades” contou.

Desde semana passada as escolas passaram a ser ocupadas em Piracicaba em protesto contra a reorganização do ensino no estado de São Paulo. Seriam fechadas duas escolas na cidade, mas em conversa com a comunidade do Campestre, a escola local foi retirada desta reorganização. A Escola Estadual Professor Antônio de Mello Cotrim do bairro Pauliceia não teve a mesma sorte e foi a primeira a ser ocupada após protestos e caminhadas pela cidade. No começo desta semana, a Barão do Rio Branco, no Centro, e, na terça à Professor Jethro Vaz de Toledo também foram ocupadas.

Além de serem contra a reorganização, os alunos querem mais qualidade na educação, pedem o não fechamento das escolas e também reclamam que embora o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometer que oferecerá vagas em um raio de 1,5 km de distância de suas casas, isso não vem ocorrendo.





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