Como vinha sendo especulado nos bastidores do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) de Piracicaba, o presidente Vlamir Schiavuzzo pediu demissão. Com isso, a empresa deve ficar pelo menos até segunda-feira sem presidente.
O pedido de demissão foi feito ontem ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB). Em nota, o CCS (Centro de Comunicação Social) da Prefeitura de Piracicaba informou que o chefe do Poder Executivo “disse entender as razões do pedido, agradeceu os serviços prestados e destacou a atuação correta e eficaz de Schiavuzzo à frente da autarquia, que presta serviços essenciais à população.”
Pego de surpresa, Ferrato ainda não tem um nome para assumir o comando do Semae. “O prefeito informa também que estudará, no fim de semana, um nome para o cargo.”, diz a nota.
COMEMORAÇÃO – Pelo grupo “Lesados pelo Semae”, uma das organizadoras dos movimentos contra os últimos aumentos das tarifas de água e esgoto na cidade, Viviani Rosada, comemorou o pedido de demissão. “Essa é mais uma vitória do Lesados. Continuemos juntos, temos mais conquistas a conseguir.”, disse.
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O PEDIDO DE DEMISSÃO – De acordo com a carta de Schiavuzzo, ele se afasta do Semae por três motivos, um deles é para ajudar o PSDB nas eleições deste ano. Ele deve atuar na articulação de 15 cidades, entre elas Piracicaba e Saltinho. Há a suspeita de que Schiavuzzo se candidate a prefeito nesta segunda cidade, porém é apenas uma especulação de funcionários da autarquia ouvidas pelo PIRANOT.
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PROBLEMAS – Schiavuzzo deixa o Semae em seu pior momento. Alvo de muitas críticas por parte da classe mais pobre que sofre com falta de água quase que diariamente na periferia leste e oeste da cidade, aumentos das tarifas de água e esgoto, além de contas com valores questionáveis.
No começo deste mês, durante uma audiência pública, o ex-presidente teve dificuldades em controlar a revolta da população que, indignada, tentou invadir o plenário da Câmara Municipal de Vereadores onde ele se encontrava.
Ainda no Poder Legislativo, corre um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que a oposição ao PSDB tenta instaurar, mas não há assinaturas suficientes.
Também no Legislativo, diversos requerimentos de vereadores questionam contratos milionários, troca de hidrômetros e a gestão do Semae no governo tucano. Um deles é com a concessionária Ares-PCJ e outro com a Águas do Mirante.
A situação da autarquia também é acompanhada pelo Ministério Público que conseguiu na Justiça derrubar um dos aumentos de água por alguns dias.