Um grupo de pais, alunos e professores da Escola Estadual Pedro Moraes Cavalcante, no bairro Jardim Nova Iguaçu, em Piracicaba, prepara uma manifestação nesta quarta-feira (26), contra a ocupação da unidade de ensino nesta manhã (25) por aproximadamente 20 alunos do Ensino Médio.
De acordo com um dos organizadores do ato, 80 pessoas confirmaram presença até às 16 horas desta terça-feira. A manifestação, pedindo a desocupação da escola e a retomada das aulas, ocorrerá a partir das 10 horas da manhã.
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A SECRETARIA – Em nota enviada ao PIRANOT, a Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba informou que registrou boletim de ocorrência e tenta dialogar com os manifestantes, que não querem negociar e destacam que o protesto é contra as propostas do governo federal que votará ainda hoje a medida provisória de reforma do ensino médio e a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241 que limita os gastos com saúde e educação por 20 anos.
“A administração regional não compactua com o impedimento de quaisquer aulas desejadas pela maioria dos alunos. Reitera que os 200 dias letivos são garantidos por lei e o conteúdo perdido será reposto.”, diz o documento.
Sobre as mudanças propostas pelo MEC, a Secretaria da Educação esclareceu que o próximo ano será de análise. “Nada será mudado antes de um amplo debate com dirigentes, supervisores, diretores, professores e os próprios estudantes”, encerra.
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REVOLTA NAS REDES SOCIAIS – Os piracicabanos não apoiam a ocupação da escola e questionam o ato. (Acompanhe os comentários a favor e contra em nossas redes sociais.)
Diversos pais procuraram o PIRANOT para se queixar quanto as interrupções nas aulas que vem sendo frequentes na Pedro Moraes Cavalcante. “Isso prejudica meu filho que de vez ir para a escola aprender tem que ficar em casa e sem saber quando vai poder voltar. É um absurdo essa situação”, desabafou uma das mães.
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O MOTIVO – Os Secundaristas, conforme noticiamos mais cedo, diz que um dos motivos para a ocupação é a votação em segunda discussão no Congresso da PEC 241 que congela verbas para a saúde e educação durante 20 anos. “Isso colabora para o sucateamento da saúde e educação”, dizem.
Além desse motivo, o grupo critica a Medida Provisória de reforma no Ensino Médio, “que retira as matérias que estimulam o pensamento crítico e transforma a carga de estudo em período integral (o que dificulta a inserção do jovem no mercado de trabalho) e estabelece a possibilidade de pessoas sem uma formação apropriada lecionarem.”, diz um dos posts no Facebook dos organizadores da ocupação.
Os Secundaristas protestam ainda sobre a não abordagem nas escolas de temas polêmicos como gênero e sexualidade.