Na manhã desta quarta-feira (23), caminhoneiros começaram a congestionar o acostamento da Rodovia Geraldo de Barros (SP-304), em Piracicaba.
Ariovaldo Junior, diretor do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens ou Transportadores Rodoviários de Cargas Geral), saiu de Ourinhos e veio até Piracicaba para conversar pessoalmente com os caminhoneiros. Segundo ele, o protesto exige a redução do preço do diesel, a não cobrança de pedágios de eixos suspensos, a aprovação do piso do frete e a aprovação do marco regulatório para o transporte de cargas.
“Deve ter aí [aderido ao protesto] em torno de 500 caminhoneiros”, comentou Ariovaldo. “Nós queremos a baixa do diesel e o valor do combustível sendo estipulado mensalmente como era antes. Com todo esse aumento diário, não há planilha que aguente! Antes de fazer uma viagem, o caminhoneiro planeja tudo. Ele sabe quantos pedágios vai pegar, ele sabe que terá um gasto X com o caminhão e sabe também quanto de dinheiro vai sobrar na mão dele. Então quando ele faz um cálculo levando em conta que o diesel está R$ 3 reais, mas, ao chegar no posto, encontra o diesel por R$ 4 reais, isso significa que ele saiu perdendo. Significa que o caminhoneiro está trabalhando de graça. Nós queremos acabar com isso”.
Ariovaldo disse também que o protesto só vai acabar quando a situação for resolvida e as reivindicações atendidas.
O capitão Vancim, da Polícia Rodoviária, disse que a Rodovia Geraldo de Barros conta com aproximadamente dois quilômetros de congestionamento. “Nós estamos com todo o nosso efetivo controlando a situação”, diz ele. “Nós vamos assegurar o direito à manifestação pacífica, mas também iremos manter a fluidez e a segurança do trânsito. Existe um confronto de direitos, pois os caminhoneiros têm direito à manifestação da mesma forma que o cidadão tem o direito de ir e vir. Então, nós estamos aqui para assegurar isso. Atuaremos dentro da legalidade e dentro da lei.”
Ainda nesta manhã, alguns caminhoneiros conversaram com a imprensa. “A transportadora pega o frete e eles repassam apenas 70% para a gente, 30% eles ganham em cima. Eles podiam pagar um pouco mais para nós, né?”, reivindicou o caminhoneiro Antônio César Grim. “E um dos maiores problemas é o eixo erguido… por exemplo, você paga eixo erguido e, quando volta vazio, paga eixo erguido de novo. Pra quê isso? Acho que não tem necessidade. Outra coisa: se eu pegar uma carga hoje, amanhã eu vou entregá-la e o diesel subiu. Mas eu não vou receber amanhã, eu já recebi hoje. Como faço?”
“Não tem como trabalhar assim”, protestou João Batista, outro caminhoneiro. “Estamos pagando para trabalhar!”
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