Considerada o “Vale do Silício do Agro”, Piracicaba recebe o evento ‘Summit Agro 2023’ organizado pelo CREA-SP

Participaram do evento também o presidente da AEAP (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Piracicaba), Luís Chorilli, e o presidente do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo), Vinicíus Marchese.





Foto: Divulgação

Neste mês, ocorreu em Piracicaba o Summit Agro 2023, organizado pelo Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo), no Instituto Pecege, localizado no Parque Tecnológico da cidade. O evento teve como objetivo principal discutir as tecnologias para a conexão do agronegócio e o avanço do campo rumo ao futuro. Professores, produtores rurais e profissionais da área tecnológica marcaram presença neste encontro.





Nos últimos anos, Piracicaba ganhou destaque como o “Vale do Silício do Agronegócio” devido à concentração de 61 das 1.046 agtechs instaladas na região Sudeste do país. No estado de São Paulo, são 799 agtechs, segundo o mapeamento das startups do agro realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), denominado Radar Agtech 2022. No ranking nacional, a cidade fica atrás apenas da capital paulista, que possui 368 agtechs, e de Curitiba, com 69.

No entanto, apesar das inovações como automação, inteligência artificial, monitoramento e controle remoto, e robotização serem uma realidade nas novas empresas e gigantes do setor, os pequenos e médios produtores ainda enfrentam desafios para se adaptar a tantas novidades. Esse foi o tema do primeiro painel do evento, que destacou alternativas para superar o abismo digital e promover a transformação da sucessão familiar no meio rural.

“A dificuldade de acesso às tecnologias, que poderiam proporcionar um ganho significativo de competitividade, acaba excluindo esses produtores, que precisam de acesso à internet para incorporar a transformação digital e conectada na agricultura e pecuária. Essa é uma prioridade tanto para o Estado quanto para os profissionais da Engenharia e o Crea-SP”, comentou José Luiz Fontes, coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

Nesse contexto, o 5G, que completou recentemente um ano de implantação no Brasil, desempenha um papel fundamental. A nova rede de dados já atende aproximadamente 8 milhões de usuários em cerca de 150 municípios, dos 1.610 que receberam autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “A tecnologia 5G surge como uma solução para superar as deficiências de conectividade existentes e levar a internet ao campo”, explicou Vinicius Marchese, presidente do Conselho do Crea-SP. “O agronegócio expandiu além da Agronomia e se adaptou à realidade e às necessidades do mercado. Portanto, hoje não basta apenas formar profissionais; é necessário buscar a máxima eficiência dentro dos princípios de sustentabilidade”, acrescentou.

Os professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), que compuseram o segundo painel do evento, enfatizaram a importância da aplicabilidade das tecnologias para garantir um sucesso sustentável. “Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) surgiram para abordar as questões com as quais estamos ansiosos para lidar, com o objetivo de utilizar recursos de forma eficiente, erradicar a fome, promover a geração de energia limpa e estimular a diversidade”, afirmou a Profa. Dra. Maria Alejandra Moreno Pizani, orientadora do MBA da Esalq/USP.

Além disso, a diversidade no setor agro também foi abordada durante o evento. As engenheiras agrônomas Gabriela Venâncio e Jéssica Gimenes destacaram a importância de se sentirem representadas. “A diversidade é sempre um fator muito relevante para mim, e ainda há muito progresso a ser feito nesse sentido”, disse Gabriela. Jéssica complementou: “As mulheres representam 50% da população no Brasil e nas Engenharias isso também acontece. Na Esalq, temos 50% de alunas na graduação em Agronomia, e essa proporção se mantém há mais de 10 anos desde que ingressei. Às vezes, até temos mais mulheres do que homens”. Vale ressaltar que, neste ano, a Escola nomeou sua primeira mulher como diretora, Thais Vieira, engenheira agrônoma, que esteve no Crea-SP em fevereiro para estreitar a relação entre o Conselho e a instituição de ensino.

Além dos temas mencionados, o evento contou com a participação de outros profissionais nos painéis, incluindo Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix; Thiago Salgado, coordenador da Comissão de Empresas de Controle Familiar do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); Asdrubal Jesus Farias Ramirez, pesquisador na área de hidrologia da Esalq/USP; e Thiago Libório Romanelli, representante brasileiro da Seção V da Comissão Internacional de Engenharia Agrícola (CIGR) e vice-chefe do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP. Além disso, o podcast contou com a participação de Ernani Pinto Jr., diretor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP); Hamilton Jordão, gerente de Soluções e Projetos Agrícolas na Raízen; Marcelino Borges de Brito, gerente dos departamentos de Desenvolvimento Agronômico e de Mercado na Koppert Brasil; e Domingos Guilherme Cerri, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da AGRICEF.

Participaram do evento também o presidente da AEAP (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Piracicaba), Luís Chorilli, e o presidente do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo), Vinicíus Marchese.





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