Polícia Federal de Piracicaba inicia investigação contra família que agrediu filho de ministro do STF em Roma

Alex Zanatta Bignotto foi ouvido neste domingo (16). Ele é corretor de imóveis.





Foto: Danilo Telles/Rádio Metropolitana

A Polícia Federal de Piracicaba (SP) iniciou a investigação sobre a agressão à família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália. Os agressores, identificados como membros de uma família da região de Piracicaba, serão ouvidos pelas autoridades locais. O empresário Alex Zanatta Bignotto, um dos três brasileiros envolvidos no incidente, prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de Piracicaba na manhã deste domingo (16), negando as acusações.





Também neste domingo, o casal Andréa Mantovani e Roberto Mantovani Filho, cujo envolvimento no caso foi apontado pela Polícia Federal, divulgou uma nota em que nega as ofensas, mas admite que houve um desentendimento verbal entre Andréa e duas pessoas que acompanhavam o ministro. No texto, o casal, que deve ser ouvido pela PF na próxima terça-feira (18), pede desculpas pelo “mal-entendido” e destaca o respeito pelas autoridades públicas e seus familiares (leia a íntegra abaixo).

Ao sair da delegacia, o advogado de Bignotto disse que seu cliente não ofendeu Moraes. “Ele em absoluto fez qualquer ofensa ao ministro, mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações”, disse Ralph Tórtima Stettinger Filho. O suspeito tem 41 anos e atua no ramo de imóveis em Santa Bárbara d’Oeste (SP).

Stettinger também vai representar o casal Mantovani no caso. Andréa e Roberto foram intimados a depor neste domingo, mas alegaram que tinham uma viagem prevista e, por isso, o depoimento foi adiado para a próxima semana. O filho do casal, que presenciou a confusão, vai prestar depoimento como testemunha.

A família do ministro foi hostilizada na sexta-feira (14), no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália. As agressões aconteceram por volta das 18h45 no horário local (13h45 no horário de Brasília) e tiveram início após Andréa Mantovani chamar Moraes de “bandido, comunista e comprado”.

Em seguida, Roberto Mantovani Filho gritou e agrediu fisicamente o filho do ministro, acertando um golpe no rosto do rapaz. Com o impacto, os óculos do filho de Moraes chegaram a cair no chão.

Após a agressão, Roberto, Andréa e Alex Zanatta prosseguiram com os xingamentos. Moraes estava na Itália para realizar uma palestra na Universidade de Siena.

A PF acionou o adido da polícia em Roma no sábado (15) para as tratativas com a polícia italiana. As imagens poderão ser obtidas seguindo um acordo de cooperação internacional.

Os envolvidos na ação foram identificados pela Polícia Federal e abordados ao desembarcarem no Brasil na manhã deste sábado (15), com base em reconhecimento facial.

Segundo o Código Penal, os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira. Os três responderão a inquérito policial.

O inquérito vai apurar acusações de agressão, ameaça, injúria e difamação.

Ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi hostilizado e teve o filho agredido, no aeroporto de Roma

No sábado (15), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), publicou em suas redes sociais uma manifestação de solidariedade, na qual repudiou agressões contra agentes públicos.

“Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser ‘elite’, mas não tem a educação mais elementar”, escreveu Dino em uma rede social.

Em nota a Procuradoria-Geral da República informou na noite deste sábado que solicitou informações à Polícia Federal sobre as agressões sofridas pelo ministro e seu filho.

“O MPF tomará as medidas cabíveis a respeito do caso”, diz o comunicado.





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