Após novo presidente assumir, Argentina tem R$ 30 bilhões em ajuda da China bloqueados e deve dar calote mundial





Foto: Reprodução

A Argentina está à beira de um novo calote com o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois que a China bloqueou o acesso a uma linha de crédito de R$ 30 bilhões que o país usava para pagar as parcelas da dívida. A situação econômica e social se agrava no país, que enfrenta protestos contra o governo do novo presidente Milei.





Segundo o jornal O Globo, a China decidiu suspender o acordo de swap cambial com a Argentina, que permitia que o país trocasse pesos por iuanes e usasse a moeda chinesa para pagar o FMI. A medida foi tomada após a Argentina se aproximar dos Estados Unidos e da União Europeia, que são rivais comerciais da China, com o novo governo que assumiu há cerca de 10 dias.

A Argentina deve ao FMI cerca de R$ 300 bilhões, referentes a um empréstimo de 2018, que foi o maior da história do Fundo. O país já atrasou dois pagamentos, em junho e julho, e tem mais um vencimento em setembro, de R$ 20 bilhões. Sem o apoio da China, a Argentina terá dificuldades para honrar seus compromissos e evitar um default.

O governo argentino tenta renegociar a dívida com o FMI, pedindo uma prorrogação dos prazos e uma redução dos juros. No entanto, o Fundo exige que o país faça reformas estruturais e fiscais, que são impopulares entre a população. Além disso, o FMI está sob pressão dos Estados Unidos, que são o maior acionista do órgão, para não conceder mais facilidades à Argentina.

Enquanto isso, os argentinos sofrem com a crise econômica, que se agravou com a pandemia de Covid-19. O país tem uma inflação de quase 50% ao ano, uma pobreza de 42% e um desemprego de 10%. A moeda nacional, o peso, se desvalorizou mais de 70% desde 2018. A situação levou milhares de pessoas às ruas, em protestos contra o governo Fernández, que tem uma baixa popularidade e enfrenta uma forte oposição nas eleições legislativas de novembro.

A Argentina já deu nove calotes em sua história, sendo o último em 2014, quando não pagou os credores privados. O país tem uma longa trajetória de instabilidade econômica e política, que afeta sua credibilidade e seu desenvolvimento. A relação com a China, que é o seu maior parceiro comercial e investidor, é vista como estratégica, mas também como arriscada, pois pode comprometer a soberania e a sustentabilidade do país.





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