
Amigo pessoal de Lula (PT), o bilionário piracicabano Rubens Ometto, dono do Grupo Cosan, controlador da Raízen, quebrou o silêncio e criticou abertamente a equipe econômica do Governo Federal, do qual faz parte, por aumentos excessivos em impostos e criação de outros novos para possibilitar a máquina pública de fazer mais gastos. Além dele, nos últimos dias o governo tem sofrido outras críticas públicas. Os pré-candidatos Professora Bebel, em Piracicaba, e Guilherme Boulos, em São Paulo, já tinham criticado a área de comunicação de Lula abertamente. Todos continuam com Lula, mas agora fazem parte da ala dos que expressam publicamente suas insatisfações.
As críticas do dono da Cosan/Raízen aconteceram durante um evento ontem (08), quando Ometto afirmou que o Palácio do Planalto e toda a equipe petista adotam uma estratégia que “desrespeita” o espírito das leis aprovadas pelo Congresso. Ele também criticou o sistema de controle de gastos conhecido como arcabouço fiscal, alegando que leva a equipe econômica a “aumentar furiosamente a receita” para gastar mais.
Segundo ele, o governo Lula acaba criando uma reação em cadeia ruim na sociedade. Ometto é um aliado do governo Lula e integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, que é consultado pelo presidente para tomar as decisões mais importantes.
Em relação às recentes mudanças nas regras que afetam as empresas, Ometto mencionou a alteração na regra do Carf, a mudança do crédito presumido dos créditos do PIS/Cofins e a desoneração da folha de pagamentos. Ele criticou a falta de interpretação da ideia do legislador por parte do governo, afirmando que estão mais preocupados em “morder” e arrecadar, sem considerar o espírito das leis.
O empresário ressaltou a importância do exemplo vindo de cima e questionou como o país pode melhorar se a autoridade máxima não obedece às leis. Suas declarações geraram repercussão e chamaram a atenção para os desafios enfrentados pelo governo em relação à política fiscal e tributária.