O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul subiu para 176, após a descoberta de um corpo não identificado em Venâncio Aires, na região do Vale do Rio Pardo. A informação foi divulgada pela Defesa Civil gaúcha na tarde desta sexta-feira (14).
Segundo o balanço mais recente, o número de pessoas desaparecidas aumentou para 39, um a mais do que o registrado no boletim anterior. Além disso, há 806 feridos, 10.793 pessoas desabrigadas, cuja moradia foi destruída, e 422.753 desalojados temporariamente.
Impacto generalizado
As enchentes afetaram um total de 478 municípios no estado, impactando diretamente a vida de 2.398.255 pessoas. Os municípios com o maior número de mortes são Canoas, com 31 óbitos, seguido por Roca Sales, com 13, e Cruzeiro do Sul, com 12.
A magnitude do desastre revela a extensão dos danos e a complexidade dos desafios enfrentados pelas autoridades e pela população. A resposta emergencial envolve diversos níveis de governo e organismos de socorro, que trabalham incessantemente para fornecer assistência e restabelecer a normalidade nas áreas afetadas.
Situação nas cidades mais atingidas
Em Canoas, a cidade com o maior número de vítimas fatais, a situação é crítica. “Estamos trabalhando 24 horas para encontrar os desaparecidos e dar suporte aos sobreviventes”, declarou o prefeito, João Carlos Pereira. A cidade ainda enfrenta dificuldades com o fornecimento de água potável e eletricidade, além da infraestrutura danificada.
Roca Sales e Cruzeiro do Sul também enfrentam sérias dificuldades. Em Roca Sales, onde 13 pessoas perderam a vida, a recuperação será lenta, pois muitas áreas ainda estão inacessíveis devido ao acúmulo de água e destroços. “A comunidade está unida e recebendo apoio de várias frentes, mas o caminho para a reconstrução será longo”, afirmou o coordenador local da Defesa Civil, Marcos Silva.
Desafios humanitários
A logística para assistência às quase 11 mil pessoas desabrigadas e mais de 400 mil desalojadas temporariamente é um dos maiores desafios. Muitos abrigos provisórios foram montados, mas a demanda por alimentos, água, roupas e itens de higiene pessoal é alta. Organizações não governamentais, empresas privadas e voluntários têm se mobilizado para fornecer o suporte necessário.
“Estamos recebendo doações de todos os cantos do país, e a solidariedade é o que nos mantém firmes neste momento de adversidade”, declarou Ana Maria Soares, voluntária em um dos abrigos em Porto Alegre.
Resposta das autoridades
O governo estadual decretou estado de emergência em várias regiões e tem buscado apoio federal para ampliar os recursos destinados ao socorro e recuperação das áreas afetadas. “A prioridade é salvar vidas e garantir que todos tenham acesso ao essencial para sobreviver”, disse o governador Eduardo Leite em uma coletiva de imprensa.
Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Exército estão trabalhando em conjunto nas operações de resgate e assistência. Helicópteros e barcos são utilizados para alcançar áreas isoladas e levar suprimentos aos mais necessitados.
Perspectivas para o futuro
A previsão de mais chuvas nos próximos dias preocupa as autoridades, que temem novos deslizamentos e inundações. “Estamos monitorando as condições climáticas e preparados para novas ações emergenciais, se necessário”, afirmou o meteorologista Paulo Henrique Costa.
Enquanto isso, a população tenta retomar a rotina, mesmo que parcialmente. Escolas e comércios em várias cidades permanecem fechados, e a infraestrutura de transporte está comprometida, dificultando o deslocamento e a entrega de suprimentos.
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