8º Festival Nacional de Capoeira reúne rodas, intercâmbios, imersões e shows em Piracicaba

Festival terá extensa programação entre quinta (25) e domingo (28); encerramento será no dia 3/8 com grande encontro de capoeiristas





Foto: Divulgação

Evento originado no Festival Afropira, que é considerado o maior encontro Afro do interior paulista, o 8º Fenacap (Festival Nacional de Capoeira de Piracicaba) reúne ações como intercâmbios, rodas e copa de capoeira, imersões, vivências e shows, com o encerramento marcado para o dia 3 de agosto. Entre quinta-feira, 25, e domingo, 28, o festival terá uma intensa programação, que chega ao Sesc Piracicaba, Dolores Bar, Instituto Afropira e Engenho Central.

A iniciativa foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo, com realização do Ministério da Cultura, Governo Federal e MVF Produtora. O apoio é da ETC Produtora, Prefeitura de Piracicaba, Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), Centro de Documentação, Cultura e Política Negra (CDCPN), Coordenadoria Setorial de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (CPIR), Sesc Piracicaba e IBIS Styles Piracicaba.

Próximas ações

Na quinta-feira, 25, o Sesc Piracicaba recebe Mestra Janja às (19h); no mesmo dia, o Dolores Bar recebe DJ Brendão (21h), Vivência de Samba de Lenço com Mestra Ediana (23h), Luau Reggae e MPB com Du Quadros e Fabinho, com a participação de Elaine Teotonio (0h) e DJ Brendão (2h).





Na sexta-feira, 26, o Instituto Afropira recebe Professora Marquinha e Instrutora Lua Branca (13h) e Professora Onça Mansa e Formada Esperança (14h). No Engenho Central, haverá aula de Capoeira Angola com Mestra Janja (18h30). No Dolores Bar, a programação reúne DJ Gusta (21h), Vivência de Tambu “Batuque de Umbigada”, com a Casa de Batuqueiro (23h), Luau Reggae e MPB com Mau Gomes, com a participação de Elaine Teotonio (0h30) e DJ Gusta (2h30).

No sábado, 27, o Engenho Central reunirá aulas, vivências e rodas das 8h às 20h, com o convidado especial do ano, Mestre Barrão. No Dolores Bar, haverá DJ Poke (21h), Vivência de Samba de Roda com Contramestre Varão Angola (23h), Axé e Samba Reggae com Bloco Afropira (0h30) e DJ Poke (2h30).

No domingo, 28, o Engenho Central terá a CICAP – Copa Interior de Capoeira (8h) com parceria da VMB (Volta ao Mundo Bamba), o maior campeonato de capoeira hoje no mundo, com a participação, neste momento, do Mestre Ivan. Haverá Roda de Encerramento (14h) e Roda de Samba com Grupo Samba do Bom (15h).

O encerramento, no dia 3 de agosto, acontece às 18h, no Instituto Afropira, com o Grande Encontro do Dia Municipal do Capoeirista.

Mestres convidados

Neste ano, o Fenacap terá como convidados os mestres Marcos da Silva, conhecido como Barrão, e Janja Araújo. Nascido em Recife, Mestre Barrão é fundador do Grupo Axé Capoeira, uma escola internacional de capoeira. Campeão Nacional de Capoeira no Rio de Janeiro, recebeu o posto de Mestre em 1º Grau por Pirajá e, depois disso, abriu sua primeira escola de capoeira no Canadá. Recebeu muitos prêmios, conduziu workshops e batizados em diferentes países e transmite sua filosofia aos 20 mil membros de sua escola em todo o mundo.

Mestre Janja é baiana, mestra de capoeira e cofundadora do Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Bantu no Brasil. Dedica-se aos estudos sobre as mulheres nos contextos das culturas tradicionais e populares de matrizes africanas. É formada em História (UFBA) e possui mestrado e doutorado em Educação (USP) e pós-doutorado em Ciências Sociais (PUC/SP). É docente do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo (FFCH/UFBA).

Ações realizadas

Iniciada no dia 15 de julho, a programação do 8º Fenacap reuniu Imersões que passaram por 6 grupos e escolas de capoeira. No dia 15 de julho, o lançamento do projeto contou com 4 grupos de capoeira angola, que montaram em 2023 o Coletivo Pira Angola, totalizando 9 contemplados. Atendendo e integrando assim os seguintes grupos e escolas: QDA – Quilombo dos Ancestrais; Escola de Capoeira Raiz de Angola; TOCA – Terreiro Original de Capoeira Angola; Capoeira Angola Palmares; Grupo Abadá Capoeira; Academia de Capoeira No Gueto que tem Dendê; Quilombo do Corumbataí; Capoeira Império Vivo e GEACAP – Grupo Estilo Acrobático Capoeira.

Além disso, ocorreram: Caminhada Turística na Batida do Berimbau, que saiu do Largo da Santa Cruz, passou pelo Clube 13 de Maio, por outros pontos que contam a história do Negro em Piracicaba e encerrou no Engenho Central; apresentação de capoeira no Afroblack Day, no Engenho Central; e aulas de acrobacias e piquenique na Área de Lazer da Esalq.

Afropira e surgimento do Fenacap

O Fenacap surgiu em 2017, sob a orientação do Mestre Marquinho (um dos criadores e diretores do Instituto Afropira), após a boa recepção do Espaço Capoeira, um dos dez espaços que recebem atividades simultâneas no Festival Afropira. Foi o primeiro a conquistar um projeto próprio após o sucesso do Festival Afropira, realizado anualmente em novembro em celebração e reflexão ao Dia da Consciência Negra.

O festival acontece de 15 de julho, data em que a capoeira foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a 3 de agosto, data em que foi instituído no município o Dia do Capoerista, a partir da lei nº 8.077/14. Passa, ainda, por 25 de julho (Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela); 28 de julho (nascimento do Mestre Cosmo, referência na capoeira piracicabana), e 2 de agosto (aniversário de Mestre Valter, um dos mestres mais velhos de Piracicaba em atividade e pai e mestre do Mestre Marquinho).

A programação reúne Intercâmbios (visitas a escolas, academias e grupos de capoeira, estimulando o interação); Rota Afro (caminhada turística com história dos negros em Piracicaba, com foco na Capoeira); Capoeira nas Escolas (visitas a escolas públicas para apresentações e oficinas); Capoeira em Projetos Sociais (ação em projetos sociais que atendem crianças para apresentações e oficinas); Roda Benguela (roda de conversa e de capoeira dedicado a reflexão e celebração ao dia 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e a Tereza de Benguela); Imersão Fenacap (com ações em diferentes espaços); Copa Interior de Capoeira, em parceria com a VMB (Volta ao Mundo Bamba), o maior campeonato de capoeira no mundo atualmente, e homenagens.

Mapeamento e diálogos

De acordo com o Mestre Marquinho, a primeira ação para criação do Fenacap foi a realização, em 2015, de um mapeamento da capoeira dentro da cidade. “Esse mapeamento é anualmente atualizado e, em 2022, obteve o resultado de 23 grupos de capoeira cadastrados, que atuam em varejões, centros comunitários, projetos sociais e escolas particulares, e hoje tem o Coletivo Pira Angola que reúne 04 Escolas de Capoeira Angola.

“Após o levantamento, veio um processo de pouco mais de um ano de diálogos com todos os grupos e dentro do que foi colhido fechamos uma programação com foco no intercâmbio e na integração entre os grupos da cidade”, diz Mestre Marquinho.

A cada edição, o Fenacap cresceu, passou pelo formato online durante a pandemia da Covid-19 e chegou ao formato atual na 6ª edição.





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