Erros marcaram os últimos anos na TV Bandeirantes. O começo da crise pode ter sido com o contrato com o “Pânico na TV!”. Na época, a emissora vivia uma fase muito boa com programas de humor como “Agora é Tarde – com Danilo Gentilli”, “CQC – Custe o Que Custar”, “Mulheres Ricas” e reality shows de operações policiais como “Polícia 24h” e outros. A chegada do “Pânico”, o fenômeno de audiência dos domingos, balançou o setor de humor e entretenimento da emissora, criando uma sensação de desprestígio e competição, coincidindo com a saída de Gentilli e outros, um por um. O “Pânico” chegou na Band errando. No primeiro programa, raspou a cabeça de uma paniquete, chocando o público e levando a atração ao declínio, saindo do ar poucos anos depois.
Para tentar aproveitar a fase, que estava terminando, a Band contratou jornalistas que estavam no auge na Record, como Patrícia Maldonado e Luciano Faccioli, que não conseguiram o retorno esperado. Logo em seguida e quase junto, contratou Luiz Bacci para um programa à tarde, que também fracassou. Datena, incomodado com a chegada de Bacci, foi para a Record, mas voltou depois de 30 dias, pedindo asilo, e Bacci retornou à Record a pedido de Marcelo Rezende. Depois disso, a Band se acalmou, mas, com o fim do contrato de Faustão com a Globo, viu uma chance de recuperar a audiência, levando ao superendividamento desenfreado.
A aposta em Fausto Silva foi um erro caro. A emissora investiu uma soma milionária para atrair o apresentador e sua base de fãs, apostando que ele seria capaz de impulsionar a audiência e revitalizar a imagem do canal. No entanto, o programa não conseguiu se firmar, enfrentando baixos índices de audiência e dificuldades para concorrer com outras atrações do horário. A falta de retorno financeiro e publicitário tornou-se insustentável, e a Band se viu obrigada a romper o contrato de forma precoce, tentando minimizar o prejuízo.
O erro central da Band parece ter sido insistir em soluções de impacto rápido e contratos milionários, sem avaliar o custo a longo prazo e sem considerar as mudanças no perfil de audiência e de consumo de conteúdo. Em vez de consolidar produções de baixo custo e valor agregado que construíssem uma base sólida de público, optou por altos investimentos que, uma vez que fracassaram, deixaram a emissora em uma posição financeiramente vulnerável.
A TV Bandeirantes, que já viveu momentos de destaque e popularidade, vive a fase mais complicada de sua história, tendo em vista que também enfrenta a crise da TV aberta.