Na noite desta quarta-feira (13/11), uma explosão no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados causou pânico na Praça dos Três Poderes, em Brasília, resultando na morte de uma pessoa e levantando suspeitas de um atentado planejado. O dono do veículo envolvido na explosão, um Kia Shuma, foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, um chaveiro e ex-candidato a vereador de Rio do Sul (SC) pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2020.
Francisco, conhecido como Tiü França, teria deixado Rio do Sul meses atrás após conflitos familiares e cortado o contato com os parentes. Seu filho adotivo, Guilherme Antônio, também chaveiro, revelou ao portal Metrópoles que o pai estava emocionalmente abalado e havia manifestado o desejo de viajar, inicialmente com a intenção de ir ao Chile. “Ele tinha uns problemas pessoais com a minha mãe e estava muito abalado com a situação, e ele viajou. Foi só isso que ele falou. Ele só queria viajar. A intenção dele era ir para o Chile”, relatou Guilherme, que afirma estar há meses sem notícias do pai.
Guilherme também relatou que Francisco passou por diversas cidades antes de chegar a Brasília, incluindo Itapema (SC) e Minas Gerais, e que desconhecia qualquer motivação especial do pai para estar na capital federal. “Ele foi para Itapema primeiro, depois ele foi para Minas Gerais, Brasília. Depois ele iria viajar para o Chile”, disse o filho.
Mensagens sugestivas nas redes sociais
Antes do ocorrido, Francisco publicou nas redes sociais mensagens ameaçadoras que sugeriam ataques a figuras políticas e midiáticas, a quem ele se referia como “comunistas”. Em uma dessas postagens, ele desafiava a Polícia Federal a desarmar uma suposta bomba, mencionando nomes como William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso. “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS nojentos”, escreveu ele. Na mesma publicação, Francisco insinuava que o “jogo” começava na tarde do dia 13 de novembro e terminava em 16 de novembro, num tom de desafio.
Explosão e investigações
De acordo com testemunhas, a explosão na Praça dos Três Poderes foi acompanhada por fortes explosões que ecoaram por diferentes pontos da Esplanada dos Ministérios. Relatos indicam que uma pessoa teria sido vista arremessando um artefato em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) momentos antes da detonação, embora a identidade dessa pessoa ainda não tenha sido confirmada pelas autoridades.
O Corpo de Bombeiros confirmou uma morte no local, mas não informou se o próprio Francisco Wanderley Luiz está entre as vítimas. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Brasília investigam o caso, e a área foi isolada para coleta de provas e perícia.
Impacto e repercussão
O incidente elevou o nível de alerta em Brasília, especialmente na Praça dos Três Poderes, área que abriga as sedes dos principais órgãos governamentais do país. A explosão também levanta preocupações sobre a segurança em torno desses edifícios e a vulnerabilidade a ataques em uma área de alto valor simbólico e político.
As autoridades ainda não divulgaram se o caso será tratado como um ato de terrorismo, mas o conteúdo das postagens de Francisco e as circunstâncias da explosão indicam uma possível motivação política. A Polícia Federal, em conjunto com outras forças de segurança, segue trabalhando para esclarecer os detalhes do incidente e prevenir possíveis novos ataques.
Mais atualizações são aguardadas nas próximas horas, à medida que as investigações avançam e novas informações sobre o suspeito e as motivações por trás do ataque são divulgadas.