Um incidente ocorrido em uma universidade e em um bar na frente dela, em Piracicaba, ganhou mais um registro de Boletim de Ocorrência (BO), gerando mais uma série de acusações cruzadas entre os envolvidos. A Polícia Civil vai investigar.
A situação começou no dia 21 de novembro, quando um homem e sua mãe compareceram à delegacia para denunciar lesão corporal. De acordo com o relato do BO, o homem teria sofrido um corte na cabeça, enquanto sua mãe afirmou ter sido agredida.
No domingo (24), o outro aluno envolvido na confusão registrou seu próprio BO, apresentando uma versão completamente diferente dos fatos. Ele afirmou que o conflito inicial ocorreu por volta das 14h30, no intervalo das aulas, dentro da universidade. Segundo o aluno, ele foi abordado de forma agressiva pelo desafeto, que teria gritado e exigido a devolução de alguns pertences. O declarante alegou que, diante da abordagem, tentou se defender de ataques verbais e físicos na presença de colegas e professores.
Segunda etapa do conflito
O caso, no entanto, não se encerrou na universidade. O aluno afirmou em seu BO que, mais tarde, por volta das 16h30, estava em um bar próximo à faculdade, acompanhado de amigos, quando o desafeto chegou ao local acompanhado da mãe. Segundo ele, a mulher entregou uma sacola com os pertences dele, mas o homem iniciou uma nova discussão. Ele não informou no BO o motivo da briga.
De acordo com o relato, o desafeto teria tentado agredi-lo com socos e chutes, e ele reagiu em legítima defesa. A situação teria escalado quando o agressor pegou uma pedra e, posteriormente, arremessou uma garrafa de long neck na direção do declarante, que saiu correndo pela avenida para evitar mais agressões.
Imagens de câmeras de segurança
Câmeras de segurança próximas ao bar capturaram parte da confusão. Em um dos vídeos, é possível ver a mãe do homem entregando uma sacola ao declarante antes de a briga começar. As imagens mostram o início da confusão, mas não registram a mãe sendo agredida, como ela alegou no BO.
O aluno que registrou o segundo BO afirmou ao PIRANOT que não houve agressão à mãe do desafeto nem dentro da universidade, nem no bar. Ele enfatizou que, no campus, o conflito foi restrito a ofensas verbais, e que a mãe do outro envolvido só esteve presente na confusão que ocorreu no bar.
Implicações legais e falsa comunicação de crime
Diante dos relatos e das imagens de segurança, a Polícia Civil irá apurar os fatos para determinar a veracidade das acusações. Caso se confirme que houve falsa comunicação de crime, como apontado pelo aluno que registrou o segundo BO, os responsáveis podem ser processados.
Segundo o artigo 340 do Código Penal, “provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não se ter verificado” configura crime no Brasil. A pena pode variar de detenção de um a seis meses ou multa. Além disso, a falsa comunicação de crime prejudica o trabalho das autoridades, sobrecarregando o sistema de segurança pública e afetando a credibilidade de investigações legítimas.