A situação envolvendo Fernanda Brito, influenciadora digital e professora de etiqueta com mais de 2,3 milhões de seguidores, gerou uma enorme comoção nas redes sociais e levantou questões sobre o papel das autoridades em casos de possível vulnerabilidade de idosos. Viúva e sem filhos, Fernanda teria sofrido um AVC em novembro e estaria sob os cuidados de sua irmã Martha, no Rio de Janeiro. No entanto, amigos e a empresária da influenciadora alegam que ela pode estar em “suposto cárcere privado”, levantando suspeitas sobre sua real condição e tratamento.
Ao tentarem registrar uma denúncia formal na Delegacia do Idoso em Copacabana, amigos de Fernanda, liderados pela empresária Stéphanie Murta, foram surpreendidos com a recusa das autoridades. A polícia alegou que, segundo a legislação vigente, apenas familiares diretos ou herdeiros têm legitimidade para registrar queixas relacionadas a idosos em situações de possível negligência ou abuso.
Esse entrave legal deixou a equipe e os amigos de Fernanda indignados, considerando que a influenciadora é viúva e não possui filhos. “Sem filhos, e com familiares diretos limitados, como fica a proteção de alguém que pode estar em risco? É um buraco no sistema de proteção social que precisa ser corrigido”, afirmou um advogado próximo ao caso.
Denúncias da empresária e inconsistências
Stéphanie Murta detalhou em suas redes sociais que Fernanda foi transferida de Curitiba para o Rio de Janeiro sob a justificativa de melhores cuidados médicos. Entretanto, ela afirma que, desde a transferência, a influenciadora foi isolada de amigos e colegas, com visitas restritas e falta de informações claras sobre sua saúde.
No início desta semana, Stéphanie conseguiu visitar Fernanda no hospital e relatou que a influenciadora estava lúcida, conversando e até se alimentando. A empresária ainda revelou que Fernanda, ao reconhecê-la, pediu ajuda para colocar seu aparelho auditivo. No entanto, logo após a visita, a irmã Martha teria reagido de forma agressiva, expulsando Stéphanie do quarto e reafirmando que Fernanda estava em estado grave e dependendo de aparelhos.
Stéphanie também destacou que Martha trocou as fechaduras da casa de Fernanda, dificultando ainda mais o acesso dos amigos da influenciadora. “Isso nos preocupa muito. Ela parece estar sendo isolada deliberadamente”, afirmou.
O papel das redes sociais na denúncia
Diante das dificuldades legais e burocráticas, a empresária e a equipe de Fernanda decidiram recorrer às redes sociais para expor a situação. A hashtag #FreeFê ganhou força, com seguidores e fãs pedindo uma investigação mais aprofundada. “É um absurdo que o estado de saúde de Fernanda seja tratado dessa forma. Precisamos de transparência e proteção”, comentou um seguidor.
A decisão de levar o caso ao público gerou grande repercussão, mas também atraiu críticas de quem considera que questões familiares não deveriam ser expostas dessa maneira. Stéphanie rebateu, afirmando que sua única intenção é garantir o bem-estar de Fernanda e assegurar que ela receba os cuidados adequados.
Discussões legais e éticas
O caso de Fernanda Brito abre uma discussão sobre os limites da legislação brasileira em proteger idosos sem herdeiros diretos. Especialistas apontam que o Ministério Público poderia ser acionado em situações como essa, principalmente quando há sinais de possível negligência ou abuso. No entanto, na ausência de uma denúncia formal por parte de familiares diretos, a ação das autoridades fica limitada.
Além disso, o caso levanta questões sobre a privacidade e o uso das redes sociais como ferramenta de denúncia. Embora a exposição pública tenha ajudado a sensibilizar a opinião pública, também gerou críticas de pessoas que consideram o uso da imagem de Fernanda uma violação de sua privacidade.