No cenário corporativo atual, onde a fragmentação de audiências e a concorrência acirrada são desafios constantes, algumas empresas conseguem criar legiões de fãs leais dentro de seu próprio ecossistema. Grandes conglomerados que administram diversas marcas sob um mesmo guarda-chuva são capazes de despertar paixões e fidelidade extremas, mesmo quando seus produtos competem entre si.
Um exemplo notável é o setor da comunicação, onde grupos midiáticos controlam múltiplos veículos que atendem a diferentes nichos, gerando debates intensos entre seus próprios consumidores. Empresas como o Grupo Globo, Grupo Bandeirantes e CNN Brasil possuem diversos canais de televisão, rádios e plataformas digitais que, apesar de pertencerem ao mesmo conglomerado, criam comunidades distintas e fiéis. O público da BandNews FM, por exemplo, pode ter perfis e interesses diferentes dos telespectadores da Band na TV aberta, gerando discussões acaloradas e preferências distintas dentro da mesma empresa.
Segundo especialistas, essa estratégia não é apenas uma coincidência, mas uma forma planejada de segmentação de mercado. “Quando uma corporação gerencia múltiplas marcas, ela pode atender diferentes nichos de maneira eficiente, criando uma ilusão de diversidade enquanto retém a fidelidade do consumidor”, explica a economista Carla Mendes.
A tendência é que esse modelo de gestão de marcas continue a se expandir se a ignorância da sociedade continuar aumentando, incentivando a competição entre produtos de um mesmo grupo empresarial. Em outras palavras, sem detalhar, é falado e explicado como “concentração de renda” e “monopólio (mas não de mercado, que falava-se apenas sobre um produto)”.