O Oscar 2024, que acontece neste domingo (02), em plena folia de Carnaval, pode marcar o maior impacto brasileiro na história da premiação. Tudo por causa de Fernanda Torres, favorita ao prêmio de Melhor Atriz por sua atuação em Ainda Estou Aqui. Jornais internacionais como The New York Times e The Guardian apontam a brasileira como a provável vencedora, aumentando ainda mais a expectativa nacional.
A repercussão de sua indicação já fez o evento, que até então estava “morto” no Brasil, voltar ao radar do público. A Globo, que nos últimos anos transmitia apenas no GNT, sequer havia planejado exibir a cerimônia. Mas, diante do fenômeno de Fernanda, a emissora comprou às pressas os direitos de transmissão para a TV aberta no Brasil, menos para o Rio de Janeiro, que assistirá o desfile do grupo especial das escolas de samba. Os cariocas terão que assistir pelo streaming: canal TNT, no MAX.
Canais como CNN, Band News, GloboNews e o SBT (via YouTube) também anunciaram cobertura especial a partir das 19h, algo impensável até poucos meses atrás.
Mas e se Fernanda Torres não levar o prêmio? O impacto pode ser tão forte quanto a euforia que a indicação gerou.
O fenômeno Fernanda Torres no Oscar e o choque da Academia
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas parece ter sido pega de surpresa pelo efeito Fernanda no Brasil. O perfil oficial do Oscar nas redes sociais teve um aumento explosivo de engajamento, ultrapassando a marca de 1 milhão de curtidas e interações vindas do público brasileiro.
Além disso, a atriz virou tema de fantasias de Carnaval, e sua imagem já pode ser vista entre os tradicionais bonecos gigantes de Olinda. O Brasil está vivendo esse Oscar como se fosse uma final de Copa do Mundo.
Para uma premiação que nos últimos anos tem perdido relevância, ver essa reação espontânea e apaixonada de um país é um verdadeiro presente. Mas essa relação pode azedar rapidamente, caso o prêmio não vá para Fernanda.
A tragédia de Fernanda Torres não ganhar o Oscar
Se Fernanda Torres sair de Los Angeles sem a estatueta, o impacto será gigantesco – e não só no Brasil. A Academia estará desperdiçando uma das maiores oportunidades de revitalização do evento em anos.
Nos últimos tempos, a audiência da cerimônia caiu drasticamente, e o Oscar luta para manter sua relevância global. No Brasil, a situação era ainda pior: a transmissão perdeu espaço na TV aberta e se tornou algo restrito a um nicho cinéfilo.
Mas a indicação de Fernanda mudou completamente o cenário. O Oscar voltou ao centro das conversas, movimentou milhões de brasileiros, reacendeu o interesse da TV aberta e fez as pessoas se importarem novamente.
Se, no final, o prêmio for para outra atriz, é possível que a recepção no Brasil seja de frustração e desinteresse imediato pelo evento. Para muitos, será a reafirmação de que o Oscar continua sendo uma premiação distante, que não reconhece o clamor popular.
O Brasil quer seu momento histórico
O país nunca venceu um Oscar de atuação, e a chance de Fernanda Torres conquistar essa glória faz com que milhões de brasileiros se sintam parte desse momento. O Brasil já “adotou” essa vitória como certa, e um resultado diferente pode gerar reações intensas.
Se Fernanda ganhar, o Oscar terá um dos momentos mais emocionantes de sua história recente, com o Brasil em festa em plena noite de Carnaval. Caso contrário, a cerimônia pode sair dessa edição com um de seus maiores fiascos de engajamento internacional.
No final, a Academia tem nas mãos a decisão entre abraçar um fenômeno inesperado ou desperdiçar uma oportunidade única.