Uma nevasca mortal. Uma invasão alienígena. Um herói improvável. Com essa combinação poderosa, O Eternauta se tornou o novo fenômeno da Netflix no Brasil. A série argentina estreou recentemente e já figura entre as mais assistidas do serviço de streaming — com forte repercussão nas redes sociais e críticas extremamente positivas.
Baseada em uma das histórias em quadrinhos mais influentes da América Latina, “O Eternauta” equilibra ficção científica, drama e crítica social de maneira única. E é exatamente essa mistura que tem conquistado o público brasileiro.
Do que se trata “O Eternauta”?
A série se passa em Buenos Aires, onde uma misteriosa nevasca tóxica começa a matar todos que estão expostos. Em meio ao caos, um grupo de sobreviventes liderado por Juan Salvo tenta entender o que está acontecendo — e enfrentar a ameaça que se revela muito maior: uma invasão alienígena.
Com apenas 6 episódios, a produção é baseada na HQ homônima de Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, lançada originalmente em 1957. A trama envolve sobrevivência, resistência, perda e o conceito de “viajante do tempo”, já que o protagonista eventualmente se transforma no Eternauta, um viajante da eternidade.
Por que está fazendo tanto sucesso?
Entre os fatores que explicam o sucesso de “O Eternauta” estão a qualidade da produção, a fidelidade à obra original e o subtexto político que acompanha a HQ há décadas. A série respeita o material-base, ao mesmo tempo em que atualiza a narrativa para um público contemporâneo.
O cenário sombrio e a tensão constante criam uma atmosfera que prende do primeiro ao último episódio. Além disso, os temas universais de luta, coletividade e resistência ressoam fortemente em tempos atuais, atraindo um público que busca mais do que puro entretenimento.
Críticos e fãs destacam ainda o trabalho visual e a direção de arte. Com nota 7.7 no IMDb e 92% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, a série é considerada uma das melhores estreias de ficção científica da Netflix em 2025.
Impacto no Brasil e América Latina
Apesar de ser uma produção argentina, “O Eternauta” encontrou terreno fértil no Brasil. Em menos de uma semana, entrou no Top 10 da Netflix Brasil e virou trend topic no X (Twitter). Usuários comentam a semelhança com clássicos como “The Mist”, “Children of Men” e “Dark”, mas com uma assinatura própria latina.
Além do impacto cultural, a série também despertou interesse por sua HQ original, que voltou a ser procurada em sebos e livrarias digitais.
HQ de resistência e legado político
Um dos grandes diferenciais de “O Eternauta” está em seu legado histórico. A HQ foi escrita em meio à ditadura militar argentina e seu autor, Oesterheld, desapareceu em 1977, vítima da repressão. A obra se tornou símbolo de resistência intelectual e crítica à opressão.
Essa camada de profundidade atrai também o público que busca produções com conteúdo social e histórico — tornando “O Eternauta” não apenas uma boa série, mas um manifesto artístico em forma de ficção.
Com narrativa densa, qualidade técnica e significado histórico, “O Eternauta” prova que a América Latina tem muito a dizer quando o assunto é ficção e humanidade.
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