O cenário do turismo global em 2026 aponta para uma mudança clara no perfil do viajante e dos destinos em evidência. A nova curadoria internacional destaca lugares que vão além do apelo estético, reunindo belezas naturais impressionantes, patrimônios culturais vivos e um compromisso concreto com a sustentabilidade. A proposta é oferecer experiências autênticas, capazes de gerar impacto positivo tanto para quem viaja quanto para as comunidades anfitriãs.
De ilhas paradisíacas da Polinésia, cercadas por lagoas cristalinas, a vales vinícolas consagrados do Chile, a lista privilegia destinos que fogem do turismo de massa e convidam à imersão consciente. São locais que estimulam o contato direto com tradições locais, incentivam a preservação ambiental e promovem um turismo regenerativo, no qual o visitante se torna parte ativa da proteção dos ecossistemas e da valorização cultural.
Nas Américas, o Vale de Colchagua, no Chile, celebra três décadas de sua Rota do Vinho, combinando enoturismo de excelência com experiências culturais e observação astronômica. O Uruguai se consolida como referência em turismo sustentável, impulsionado pelo uso quase integral de energia renovável e por paisagens que alternam cidades históricas, dunas e lagoas preservadas. Já a Costa Rica reforça sua posição como santuário da biodiversidade, ampliando áreas protegidas e oferecendo vivências ligadas ao ecoturismo, ao bem-estar e à conservação da vida selvagem.
No Caribe e na América do Norte, Santo Domingo, na República Dominicana, alia tradição histórica e grandes eventos culturais e esportivos, enquanto Loreto, no México, se destaca pela proteção do Golfo da Califórnia e pelo envolvimento comunitário em projetos de conservação. Nos Estados Unidos, o litoral do Oregon aposta em acessibilidade, transporte sustentável e preservação ambiental, enquanto a Filadélfia se prepara para celebrar os 250 anos do país com uma agenda cultural e esportiva de alcance global. O Canadá, por sua vez, valoriza memória e natureza no Vale do Slocan, com trilhas que resgatam histórias de comunidades nipo-canadenses em meio a paisagens intocadas.
Na Europa, destinos menos óbvios ganham protagonismo. Guimarães, em Portugal, une seu passado medieval ao título de Capital Verde da Europa, enquanto Montenegro oferece fiordes, lagos e montanhas ainda pouco explorados. As Ilhas Hébridas, na Escócia, ampliam sua oferta cultural e de uísques artesanais, e Oulu, na Finlândia, se projeta como Capital Europeia da Cultura, integrando arte, natureza ártica e reflexões sobre mudanças climáticas.
África e Oriente Médio também figuram entre os destaques. Abu Dhabi consolida-se como um dos principais polos culturais do mundo, com novos museus e centros artísticos. A Argélia inicia uma abertura estratégica ao turismo, valorizando seu patrimônio histórico e o deserto do Saara. No Quênia, a região de Samburu aposta em safáris sustentáveis e no astroturismo, integrando conservação ambiental, ciência e tradições locais.
Na Ásia e na Oceania, o turismo de reconstrução e preservação ganha força. A província japonesa de Ishikawa convida visitantes a apoiar comunidades afetadas por desastres naturais por meio do artesanato e da vida rural. Phnom Penh, no Camboja, vive um renascimento urbano sustentável, combinando inovação, cultura jovem e respeito à herança arquitetônica. As Ilhas Komodo, na Indonésia, reforçam a proteção de seus ecossistemas únicos, enquanto as Ilhas Cook intensificam ações de preservação marinha e cultural. Na Austrália, Uluru simboliza um novo modelo de turismo indígena, com trilhas e experiências conduzidas pelos povos tradicionais.
Em síntese, os destinos escolhidos para 2026 revelam um novo paradigma do turismo global: viajar deixa de ser apenas deslocamento e lazer para se tornar uma experiência consciente, conectada à natureza, à história e às pessoas. Sustentabilidade, inclusão e respeito cultural passam a ser elementos centrais, redefinindo o significado de explorar o mundo em um tempo de transformações ambientais e sociais.






