Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) chegou à marca de R$ 1,6 trilhão – valor contabilizado desde o primeiro dia do ano – no sábado, dia 6 de dezembro, 15 dias antes do que aconteceu no ano passado, quando a marca foi atingida apenas em 21 de dezembro.
Com o valor pago em impostos pelos brasileiros, seria possível contratar mais de 121 milhões de professores do ensino fundamental por ano, ou construir mais de 135 mil casas populares de 40 metros quadrados por dia ou ainda comprar de mais de 2.500 ambulâncias por hora.
De acordo com o Impostômetro, os piracicabanos já desembolsaram, até dezembro desse ano, quase R$ 1,3 bilhão em impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos, considerando as arrecadações federais, que são disparadamente as maiores, as estaduais e as municipais, o referente a R$ 3.500, em média, por habitante. Com esse valor, poderiam ser construídas na cidade 92.926 salas de aula equipadas.
Angelo Frias Neto, presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), lamenta que esse aumento de arrecadação no país tenha ocorrido apesar de toda desoneração tributária.
“O aumento dos tributos, além de refletir um cenário econômico instável, que já conta com juros altos e inflação descontrolada, afeta o poder aquisitivo da população e, consequentemente, diminui o poder de compra”, avalia.
Segundo Frias Neto, uma das causas principais desse aumento é o descontrole de gastos do governo federal, que até mudou a lei para não se enquadrar em crime. “Enquanto isso, quase 40% de tudo que é produzido no país é retirado da sociedade e transferido aos governos, sem as devidas retribuições e impedindo a sociedade de utilizar esses recursos de forma produtiva, o que permitiria gerar mais emprego e renda”, avalia.
Citando o recém-lançado livro do economista Paulo Rabello de Castro, “O Mito do Governo Grátis”, Frias Neto lembra que os governos não geram riqueza, nem emprego, apenas arrecadam recursos da sociedade e alocam em diversos programas e projetos, mas quem sempre paga é a sociedade como um todo.
“Falta essa consciência na população brasileira e, por isso, a luta da Facesp/ACSP na divulgação do impostômetro e da discriminação dos impostos nas notas fiscais”, informa.
Por isso, ele vê a necessidade urgente de todos os cidadãos, inclusive a classe empresarial, estarem atentos sobre o montante arrecadado em impostos, taxas e contribuições, já que isso diz respeito ao dia a dia de todos: “As onerosas taxações afetam diretamente as empresas brasileiras, causando desaceleração da economia e diminuição de competitividade”.
RECORDE – O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato, destaca que o Impostômetro continua batendo recordes e faz um alerta: “temos que nos preocupar com a intenção de aumentarem ainda mais a carga tributária em 2015. Precisamos de um ajuste no início do ano que vem e não podemos admitir que sejam criados novos tributos”, enfatiza Amato.
Além disso, Amato fez recentemente uma correlação com o aumento dos juros e a economia desacelerada, algo que vai na contramão do aumento das tributações: “O nível da atividade econômica está muito fraco e, com a elevação dos juros, a economia vai desacelerar ainda mais. A resistência da inflação não decorre do excesso de demanda, como revelou a informações sobre o consumo das famílias, divulgada pelo IBGE”, aponta Amato.
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