Um gerente de uma loja de enxoval de 22 anos foi espancado no banheiro de um bar na Avenida Carlos Botelho, conhecida popularmente como “BO”, em Piracicaba. O motivo das agressões seria pelo fato dele ser homossexual.
Segundo a vítima, Diego Felipe Ferreira Andrade, em entrevista ao PiraNOT.com, ele estava com amigos em uma festa de dia das bruxas na madrugada da última segunda-feira quando passou a ser xingado e agredido. “Fui ao fumódromo acompanhar uma amiga, quando voltei, disseram que derrubei um copo de água em uns meninos. Nisso puxaram meu boné e começou a rolar uma discussão” disse.
Andrade disse ter saído do local e ido ao banheiro, mas chegando lá acabou abordado por dois jovens. Um deles tinha cor de pele branca e outra negra. “Eles pediram meu celular e começaram a me ofender dizendo veado, gay, bicha, falando sobre minha orientação sexual e passaram a me agredir fisicamente onde para me defender mordi o dedo de um deles. Nisso juntou mais gente”.
O rapaz mordido é até agora o único identificado, embora as agressões terem sido cometidas por diversas pessoas. Andrade ficou com hematomas pelo rosto e foi tirado do bar, onde naquela ocasião operava como uma casa noturna, pela equipe de segurança que o encaminhou até a guia da avenida.
A produtora da festa, Carolina Barros, também falou com o portal de notícias. “Eu estava no andar de cima da festa e estava tudo bem. Fui avisada que teve uma briga pela equipe de segurança, mas que já havia se resolvido com as partes envolvidas encaminhadas para a delegacia. No dia seguinte, quando acordei fiquei sabendo da gravidade dos fatos” disse.
A família do jovem agredido está revoltada. Eles acusam o bar de omissão de socorro. “A polícia quem chamou foram meus amigos que viram duas viaturas passando e deram sinal. Ninguém me ajudou, me largaram lá” disse.
O bar teria oferecido ajuda de um advogado, mas Andrade decidiu contratar outro já que acredita que o estabelecimento não ofereceu a segurança e prestou o socorro necessário. Eles pretendem entrar na justiça contra os agressores e o estabelecimento. “Para se ter ideia, o fumódromo deles era um corredor de uma saída de emergência que era toda coberta. E se pegasse fogo ali? Uma das testemunhas do agressor era menor de idade e prestou depoimento ao lado do responsável. Como ele conseguiu entrar?” questionou a vítima.
Ainda segundo a produtora, o bar tentará na justiça agravar a pena para quem cometeu o crime. Ao invés de pedir o indiciamento do agressor por lesão corporal, o advogado deve trabalhar no sentido de pedir o indiciamento por tentativa de homicídio. “Não aceitamos de forma alguma qualquer tipo de agressão, piorou se for com o agravante de homofobia” disse.
Como a festa era open-bar, onde os frequentadores só pagam para entrar e consomem bebida a vontade, diversos outros jovens passaram mal. “Decidi encerrar a festa 40 minutos antes porque estava tendo muitas pessoas passando mal, mais de 15, em todos os cantos” disse Barros.
Pelas redes sociais, o rapaz que teve o dedo mordido se defendeu. Disse que agrediu Andrade por ele ter jogado água nas pessoas e não por ser homossexual. A família dele tem recebido ameaças e teme pela segurança do jovem que teve até o endereço divulgado nas redes sociais.
O agressor também falou com o PiraNOT, assim como o bar que emitiu uma nota. Leia clicando aqui.