O fim da piracema – período de reprodução dos peixes em que a pesca por rede é proibida – amplia o risco de infecção por febre maculosa em Piracicaba. Com muitos corpos d´água como rios, ribeirões e lagoas, o município conta com elevado número de capivaras, um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença, além de outros hospedeiros como cavalos e bois em pastos, beiras de rio, terrenos com mato e áreas verdes de passagem.
De acordo com a médica da Vigilância Epidemiológica, Béssel Mattos Rebeis, Piracicaba registra alto índice de letalidade por conta da doença. Em 2015, foram cinco casos confirmados de febre maculosa no município, com quatro óbitos – 80% de mortalidade. Neste ano, Piracicaba ainda não registra nenhum caso confirmado da doença.
“Nossa preocupação é bastante elevada com relação à doença, pois é muito comum as pessoas frequentarem rios, ribeirões e lagoas e também áreas de pasto ou de passagem com animais como cavalos, que também hospedam o carrapato-estrela”, disse a médica.
A profissional alerta sobre a importância da população, quando procurar uma unidade de saúde com sintomas como febre moderada ou alta, dor de cabeça, dores no corpo e manchas no corpo, principalmente na palma da mão e planta dos pés, relatar se frequentou nos últimos 15 dias algum tipo de região com alta incidência de carrapato, como beira de rios, lagos, ribeirões, pastos ou terrenos com mato.
“O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença, que é fatal. Por isso, é fundamental que as pessoas informem o profissional de saúde se estiveram em um local desses”, afirmou.
A preocupação com o fim da piracema ocorre por conta do hábito comum das pessoas em pescar ou realizar outras atividades de lazer, como a prática esportiva e até piqueniques nas áreas de risco. Outro problema são cães e gatos soltos nas ruas, que podem frequentar as áreas de risco e trazer o carrapato-estrela para as residências.
Além do rio Piracicaba, do córrego do Enxofre e do ribeirão Piracicamirim, outros pontos de elevado risco para a presença do carrapato transmissor da doença são as lagoas do Santa Rita, Unileste, Parque da Rua do Porto e da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz).
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DICAS – Ao retirar o carrapato, utilize pinça ou luvas e faça leves torções para soltá-lo;
Nunca esmague os carrapatos com as unhas;
Nunca use fósforo, cigarro ou agulha para retirá-lo;
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COMO EVITAR A DOENÇA? – Evite frequentar áreas de risco como pastos, beiras de rio, terrenos com mato, áreas com capivaras ou qualquer outra área infestada por carrapatos;
Ao frequentar local de risco, utilizar roupas claras, calças compridas com meias e botas por fora da calça. Vistoriar o corpo a procura por carrapatos a cada três horas. Caso encontrar o animal, retirá-lo sem esmagar;
Mantenha a vegetação do quintal ou terreno sempre baixa;
Faça o controle diário de seu animal de estimação, fazendo a catação manual de carrapatos usando luvas e procurando um médico veterinário em caso de infestação grande;
Caso haja infestação em sua residência, procure um profissional técnico para orientação ou contrate uma empresa especializada no controle de pragas.