
Em poucos dias, o número de suicídios tem surpreendido bastante a todos aqui na redação do PIRANOT. A maioria deles não noticiamos, mas como o problema tem se agravado, é nosso dever provocar a discussão sobre o tema visando a diminuição dos casos, como ocorreu em outras épocas quando adotamos a mesma medida.
São N fatores capazes de fazer uma pessoa querer pôr fim em sua própria vida. Não se trata apenas de depressão. Problemas financeiros, bullying, traumas e baixa autoestima são fatores que também contribuem para a causa.
O assunto, embora forte, não deve ser empurrado para baixo do tapete. Essa “epidemia silenciosa”, tal como é conhecida, deve ser motivo de discussão.
Nos últimos dias
Chegou a todos aqui no PIRANOT, do dia 26 de dezembro a 15 de janeiro, diversos casos:
No dia 26 de dezembro, um Guarda Civil foi uma das vítimas. A notícia foi um choque não só aos familiares do guarda, mas também para os amigos e conhecidos. Uma semana depois, uma adolescente de 16 anos tentou suicídio no bairro da Nova Piracicaba, ao ingerir uma grande quantidade de remédios. A jovem — reincidente — teve a vida salva pelo pai e também pela irmã mais nova.
Já neste ano os casos não pararam. Na noite do dia 7, uma mulher de 51 anos ateou fogo contra o próprio corpo. O caso aconteceu no bairro da Paulista. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e teve de ser levada às pressas para o Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), onde permanece internada.
O último caso, talvez o mais chocante de todos, foi no domingo passado (14), quando um idoso cadeirante cometeu suicídio com uma corda em sua casa no Jardim Glória.
Mencionamos, aqui, quatro casos em 20 dias; mas houve mais.
Conscientização
O mês dedicado à prevenção dos suicídios é setembro, porém, quando o problema começa a tomar proporções gigantescas, torna-se inútil nos atarmos a uma data.
E se o jornalismo cidadão pode salvar vidas, então por que não praticá-lo?
A ONG Centro de Valorização da Vida (CVV), muito atuante em Campinas e em toda a região de Piracicaba, há tempos cobra ações públicas no combate ao suicídio.
A porta-voz da ONG na região, Eliane Soares, comenta: “Cerca de 15% das pessoas que têm depressão podem vir a cometer o suicídio. Então seria interessante chamar a atenção para isso, ter mais ações de conscientização do poder público, organizar palestras (não só em locais centrais, mas também na periferia). A gente tem que ir onde o povo está”.
Se em 2015, o município de Piracicaba contou com 17 casos de suicídio, havemos de nos preocupar quando, ainda neste primeiro mês do ano, já tenhamos mais de cinco casos.
Para Eliane, o número, com certeza, preocupa, mas o que preocupa ainda mais é a falta de engajamento do poder público, das prefeituras. Precisamos falar dos sintomas e, o que é mais importante, chamar a atenção para a doença.
Precisamos nos indagar do motivo de fazermos tantas campanhas de conscientização ao câncer, por exemplo, mas pouquíssimas à depressão.
O suicídio em números
De acordo com o estudo “Mortalidade por Suicídio no Estado de SP”, divulgado em 2016 pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), o município de Piracicaba está inserido na região administrativa de Campinas.
Por isso, levando em conta toda esse região, o número de suicídios chama a atenção: são 6,2 suicídios para cada 100 mil habitantes.
Um número superior ao do Estado (que é de 5,6) e superior também ao nacional (que é de 5,8).
Sintomas
É impossível classificar as pessoas propensas ao suicídio numa lista de sintomas, visto que cada pessoa reage às suas angústias internas de uma maneira diferente. Porém, alguns comportamentos acabam sendo comuns em muitos casos:
- Desânimo e tristeza persistente;
- Redução, ou eliminação total, do prazer em atividades antes consideradas prazerosas;
- Diminuição da capacidade de se concentrar, memorizar ou tomar decisões;
- Pensamentos constantes suicidas;
- Redução do interesse e prazer sexual;
- Retração social (isolamento social);
- Chorar mais e com mais frequência;
- Comportamentos suicidas;
- Tentativa de suicídio.
- Comportamento autodestrutivo (automutilação).
Centro de Valorização da Vida
É importante que essas pessoas saibam que não estão sozinhas. Em casos de angústia, elas podem procurar o Centro de Valorização da Vida (CVV).
Piracicaba
O CVV está localizado na Rua Ipiranga nº 806, centro.
O horário de atendimento é das 11h às 23h diariamente.
Em Rio Claro
Em Rio Claro, o CVV está na Avenida 30 nº 1210 , Bairro Santana.
O horário de atendimento é das 15h às 23h diariamente.
Americana
Em Americana, o CVV está na Rua Carioba, 536, Bairro Cordenonsi.
O horário de atendimento é das 10h às 22h diariamente.
O site do CVV (Centro de Valorização da Vida) é este: clique aqui.
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