JCARDOSO | Ao esnobar regiões ricas do Brasil e cortar Argentina, China mostra novo nível tolerância para piadas e opiniões externas









 

Neste mês de dezembro, a China surpreendeu e possivelmente respondeu aos críticos no Brasil e na Argentina. Essas respostas, expressas por meio de ações, não devem ser ignoradas. Conforme noticiado pelo PIRANOT em 20 de dezembro, no dia 11, a segunda maior economia do mundo anunciou um investimento colossal de R$ 9 trilhões para a construção de uma cidade internacional e futurista na Paraíba, localizada na região Norte/Nordeste do Brasil. Este movimento não apenas desconsiderou os estados mais ricos do país, mas todas as regiões sul, sudeste e centro-oeste altamente crítica ao povo e politica chinesa. A resposta aos argentinos pode ter se manifestado ontem, quando a China decidiu cortar a ajuda que vinha oferecendo de quase R$ 40 bilhões, levando o país ao cenário de calote internacional ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Isso ocorreu em menos de 10 dias após a posse do presidente Milei, que a havia criticado duramente durante sua campanha vitoriosa.

A China, sendo a maior parceira comercial do Brasil e da Argentina, tem sido alvo crescente na última década de opiniões e piadas por parte dos brasileiros e argentinos sobre seu sistema político, além do jeito de falar e outras coisas. No entanto, este mês de dezembro sugere que algo significativo foi comunicado “entre linhas” pelo nosso parceiro.

No contexto brasileiro, o projeto da primeira cidade futurista do país, divulgado pela Prefeitura Municipal de Mataraca, abraça a modernidade e a inovação. Planejada para ser a primeira cidade futurista das Américas, contará com a operação do aéro-taxi da Uber, desenvolvido pela Embraer em São Paulo, e com um porto moderno em alto-mar, previsto para entrar em operação em 2027.

A prefeitura estima um aumento significativo na população da pequena cidade, passando dos atuais 8,5 mil moradores para 250 mil, mas com a expectativa de ter, ao mesmo tempo, um milhão de turistas e de pessoas em viagens de negócios. Empresários chineses estão posicionados para lucrar na comercialização de propriedades e espaços comerciais, bem como na construção da cidade e do porto, prevendo a geração de 100 mil empregos nesta fase. Esse movimento representa uma mudança no cenário econômico, apontando para um novo norte e nordeste impulsionado por investimentos trilionários em economia verde e preservação da Amazônia, e agora também com a criação da cidade futurista.

E como fica a região sul, sudeste e centro-oeste que tanto se orgulha de ser “rica”?

No caso da Argentina, o país enfrenta uma situação complicada, especialmente se a crise diplomática com a China persistir. É destacado que, após a posição recente da China contra a Argentina 10 dias após a posse de Milei, é improvável que empresários chineses mantenham ou realizem novos investimentos no país sul-americano. A China marcou uma primeira posição ontem contra a Argentina que deve ser seguida pela população e empresários chineses, como já dito, mas é bom reforçar.

Esses casos do Brasil e da Argentina mostra a importância de a sociedade de cada país cuidar dos seus interesses internos, evitando opiniões sobre a casa do vizinho, o que, como mencionado, pode resultar em conflitos e confusões. A China demonstra que não está mais tão inclinada a tolerar “piadinhas” e “opiniões” externas. Nós, brasileiros, não admitimos que algum estrangeiro opine sobre nosso país, então por que os chineses deveriam aceitar?

 


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