O Governo Federal conseguiu, de maneira diplomática, negociar a aplicação do chamado “imposto da blusinha”, que passou a tributar as compras internacionais de baixo valor — principalmente de plataformas como Shein, Shopee e AliExpress — sem romper as relações comerciais com a China. Isso ocorreu entre os anos de 2023 e 2024.
Para manter o mercado brasileiro aquecido e continuar competitivo, empresas chinesas decidiram reagir com investimentos locais: anunciaram a instalação de fábricas no Brasil e ainda triplicaram os investimentos em publicidade durante o período de adaptação da nova taxação. As propagandas ofereciam descontos de 50%, frete grátis e, até, “produtos já no Brasil”, ou seja, que não sofreriam taxação.
Estratégia diplomática evitou crise comercial
Internamente, havia o temor de que a criação da nova cobrança — fruto da pressão do varejo tradicional brasileiro — pudesse gerar tensão diplomática com a China, o maior parceiro comercial do Brasil.
No entanto, por meio de negociações nos bastidores, o governo brasileiro conseguiu implementar a medida de forma gradual e em diálogo com os asiáticos, garantindo contrapartidas estratégicas.
A diplomacia brasileira priorizou:
Manter o fluxo comercial com os asiáticos, fundamental para setores como agropecuária e tecnologia.
Estimular a nacionalização da produção, como no caso da Shein e da Shopee, que anunciaram fábricas no país.
Proteger empregos locais sem inviabilizar o acesso da população a produtos de menor custo.
Investimentos e publicidade como resposta
Para suavizar os impactos da nova taxação e fortalecer a presença no país, as gigantes do e-commerce chinês intensificaram sua atuação:
Triplicaram a publicidade em mídias digitais, TV e redes sociais brasileiras entre março e abril.
Investiram em campanhas de imagem institucional, mostrando apoio à economia local e anunciando geração de empregos.
Criaram semanas de mega-descontos e frete grátis, para manter a base de consumidores fiéis.
Segundo especialistas em marketing digital, as plataformas chinesas hoje já figuram entre os maiores anunciantes do país, rivalizando com bancos, montadoras e redes de supermercados.
Impacto no comércio eletrônico
Com a construção de fábricas, o setor de e-commerce no Brasil deve viver:
Redução no tempo de entrega para produtos antes enviados da Ásia.
Maior oferta de itens feitos sob demanda para o público brasileiro.
Geração de empregos formais diretos e indiretos.
Concorrência ainda mais forte com redes varejistas tradicionais.
Economistas apontam que, apesar da taxação, o Brasil conseguiu transformar um potencial conflito em oportunidade estratégica de atração de investimentos — algo raro em um cenário global de tensões comerciais. Pesquisas recentes apontam que crescimento na venda do comércio local de cidades, como Piracicaba.