VICTOR PALMA | Extremismo em Roma; Retração do PIB; IVA a 28%; Centrão no Governo; Desenrola Brasil

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RETRAÇÃO DO PIB DE MAIO

O IBC- Br, indicador que mede a estimativa mensal do PIB, apresentou uma queda inesperada de 2% no mês de maio, a maior retração apurada desde 2021. Este resultado acontece no mês subsequente ao registro de um desempenho positivo recorde, que não era visto desde o ano de 2013. Ainda assim, o Banco Central destaca que o Índice de atividade econômica apresenta uma alta acumulada de 3,6%, mantendo boas perspectivas de crescimento para este ano.

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Evidente que esta é mais uma das inúmeras demonstrações de que a taxa de juros no Brasil, gerida pelo nosso BACEN, agora independente, está completamente descolada de qualquer lógica econômica que tenha como objetivo promover o crescimento do País. Com a maior taxa de juros do mundo, em patamar elevadíssimo desde agosto de 2022, acumulamos efeitos negativos elevados na atividade econômica, mais especificamente nas vendas do varejo que dependem sobremaneira da condições de financiamento. Por exemplo; hoje, 70% dos carros vendidos são pagos à vista, mesmo ostentando valores elevadíssimos, quando comparados ao período pré-pandemia. O que indica que o consumidor está estrangulado, restando apenas à uma pequena parcela da sociedade, a possibilidade de aquisição de bens duráveis novos.

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Analistas realmente confirmam que as vendas no varejo recuaram, mas também destacam o impacto do final da forte safra de soja. Mesmo assim, apontam que as expectativas são muito positivas para o PIB total, e consideram uma leve melhora no resultado da indústria, além da manutenção dos rendimentos salariais, como indicador confiável para esse otimismo.

MAS AFINAL, O QUE É IBC-Br?

O PIB, apesar de suas limitações, ainda é uma das melhores formas de se medir o que um País produz e o quanto cresce anualmente. Mas ele é uma medida anual, não fornecendo sinais mensais de como a economia caminha. Para isso temos estimativas como o IBC- Br, que tentam prever o desempenho e a direção, num espaço menor de tempo, fornecendo condições para que atores econômicos e políticos possam corrigir o rumo da economia ao longo do ano, de maneira mensal, sem ter que esperar o fechamento total, para colocar suas políticas de ajuste em prática.

IVA (O NOVO IMPOSTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA) A 28%?

O estudo do pesquisador do IPEA e doutor em Economia, João Maria de Oliveira, repercutiu no noticiário econômico ao apresentar dois cenários para a alíquota final do IVA, com base em estimativas que levam em conta alterações em sua tramitação no Senado, bem como, a incorporação de ‘exceções tributárias” que ao final, serão absorvidas por todos através de uma taxa maior. Os cenários projetados por ele, apresentam uma alíquota que varia entre 26% e 28%. Entretanto, Bernard Appy, secretário da Fazenda, responsável técnico pela reforma, projeta que ela permanecerá na casa dos 25%, semelhante às de países como Portugal (24%), Suécia (25%), Noruega (25%) e Dinamarca (25%).

IVA (O NOVO IMPOSTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA) A 28%? (2)

Haddad destaca que as projeções deste estudo são importantes e devem servir de alerta ao Senado, para que não se incorpore mais exceções tributárias na proposta. Cada nova isenção incluída, poderá sim, pressionar a alíquota para cima. Ressalta também, que atualmente, a tributação em cascata esconde taxações que chegam a 40% quando avaliados seus impactos em cadeia, especialmente para produtos industrializados. De qualquer forma, há sim o risco desta alíquota alcançar um patamar de 28%, caso o Senado altere seu texto ou as condições da fase de transição tributária não sejam bem planejadas.

CENTRÃO ADERE AO GOVERNO

A semana foi marcada por um intenso diálogo do governo com Arthur Lira e importantes integrantes do PP e Republicanos, partidos que representam o coração do centrão. Embora o discurso desses partidos seja algo muito cuidadoso, para que sua base conservadora não perceba tal adesão, os sinais práticos são tão claros quanto uma manhã de verão. Seus integrantes serão aos poucos, liberados para assumirem ministérios, compondo a base de apoio do governo. Mesmo que em suas redes sociais, não declarem tal parceria.

CENTRÃO ADERE AO GOVERNO (2)

Ao que tudo indica, esse apoio envergonhado seguirá neste molde, ao menos até as eleições municipais, aglutinando assim, o apoio conservador em suas bases regionais. Ao longo das próximas semanas, veremos seus dirigentes emitindo notas públicas que limitem a adesão de seus correligionários a temas da pauta de costumes, embora se alinhem na área econômica e em projetos estruturais. Ao que tudo indica, fornecerão base suficiente para que o governo aprove seus projetos com relativo conforto.

PROGRAMA DESENROLA BRASIL

Começa nesta semana o programa Desenrola Brasil do Governo Federal. O programa atuará em 3 eixos: (1) no primeiro, a Fazenda negociou com instituições financeiras para que dívidas até R$100, não sirvam como motivo para negativação de devedores, embora isso não represente um perdão, elas não impactarão no crédito; (2) já o segundo eixo do programa se dividirá em 2 grandes públicos, o da faixa 1, com renda de até 2 salários mínimos e dívidas até R$ 5.000,00, cujos recebíveis, em especial com varejistas, bancos e concessionárias de serviços públicos, como gás, água e eletricidade, serão leiloados para instituições financeiras que as refinanciarão, com carência de 30 a 59 dias, prazo até 60 meses e juros de 1,99% a.m; (3) e o público da faixa 2 do programa, composto por pessoas com renda até R$ 20 mil, cujas dívidas serão renegociadas diretamente com as instituições financeiras credoras, com condições semelhantes às da faixa 1.

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O credor que refinanciar suas dívidas e não honrar as parcelas contratadas, voltará a ter seu nome negativado. Embora a maioria dos bancos tenha aderido ao programa, existem aqueles que não o fizeram. A Fazenda recomenda que o credor tente negociar com a instituição financeira e se não houver condições vantajosas, peça a portabilidade de sua dívida a outro banco que apresente melhores condições e que tenha aderido ao programa Desenrola.

INADMISSÍVEL EXTREMISMO NO AEROPORTO DE ROMA

A intolerância política que mostra sua cara no País há algum tempo, pode ter motivado mais um episódio lamentável, agora no aeroporto de Roma, com uma provável agressão verbal ao Ministro Alexandre de Moraes e física a seu filho. A Polícia Federal solicitou imagens às autoridades italianas, que poderão comprovar os acontecimentos, ajudando a esclarecer seus autores e sua dimensão. Mas, independentemente de seu desfecho, fica claro que ainda não aprendemos a discutir posições políticas com civilidade e respeito. Em alguns dias, as imagens solicitadas estarão nas mãos da Polícia Federal.

INADMISSÍVEL EXTREMISMO NO AEROPORTO DE (2)

Em um País que na sua última eleição presidencial, teve assassinatos, bomba em aeroporto, vandalismo em prédios públicos, todos motivados por pura discordância ideológica, não cabe mais tolerarmos manifestações que extrapolam o debate racional. É hora da classe política ser responsabilizada pela incitação de ódio e violência que fomenta em seus eleitores. O caso de Roma pode ter entre seus atores, uma família da região de Piracicaba/SP, mais especificamente de Santa Bárbara d’Oeste/SP, cidade que um dos suspeitos, Roberto Mantovani Filho, foi candidato a prefeito pelo PL em 2004. Hoje filiado ao PSD, corre o risco de ter seu registro cassado pelo conselho de ética do partido, caso as acusações se confirmem. O filho do empresário também é proprietário de um estande de tiro na cidade de Camboriú/SC. A parcela de participação deles, será conhecida em alguns dias, tão logo a Polícia Federal encerre suas diligências.

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Até semana que vem, caros eleitores!


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As opiniões expressas nesta coluna são exclusivamente do colunista Victor Palma e não necessariamente refletem as opiniões ou posicionamentos do PIRANOT. O PIRANOT não se responsabiliza pelas informações apresentadas nesta coluna, sendo estas de total responsabilidade do colunista. Os leitores são encorajados a formar suas próprias opiniões e perspectivas com base em várias fontes de informação.





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