JUROS DO ROTATIVO NA MIRA DO CONGRESSO
A semana começou com algo incomum às vésperas de um feriado nacional, Congresso cheio e ativo, colocando a pauta para rodar com alta e eficiente produtividade. Arthur Lira convocou todos os deputados a comparecer presencialmente para votações importantes, que tinham em comum o impacto positivo na arrecadação federal, especialmente no orçamento de novos ministérios que podem ir parar no colo de partidos do centrão. No grupo de iniciativas, estavam projetos de grande ganho de popularidade, como o que estabelece uma limitação semelhante ao modelo inglês para o rotativo do cartão de crédito,, com teto de crescimento da dívida até o dobro do montante inicial e a regulamentação do Projeto de solução de dívidas, Desenrola, programa semelhante ao proposto por Ciro Gomes (PDT), durante a campanha eleitoral.
JUROS DO ROTATIVO NA MIRA DO CONGRESSO 2
A decisão do limite de juros do rotativo do cartão, surge em meio a uma briga entre bancos emissores de cartões e a operadoras de crédito, donas das maquininhas, como Cielo e Stone, que se acusam mutuamente de querer capturar lucros excessivos de sua reserva de mercado. Basicamente, o Congresso definiu um limite de juros que vigorará caso os bancos e emissoras não cheguem a um consenso e apresentem uma solução ao Conselho Monetário Nacional, que decidirá se aceita a proposta.. A Febraban obviamente tem se colocado contra discussões sobre o tema, ameaçando, com coro do Presidente do BACEN, a extinção do famoso, e necessário, parcelamento ” sem juros ” do cartão de crédito.
TAXAÇÃO DAS APOSTAS ESPORTIVAS (BETS) E O ORÇAMENTO PARA MINISTÉRIOS DO PP E PL
Evidente que decisões como a do rotativo do cartão, contribuem significativamente para aumentar o prestígio tão abalado do Congresso e colabora significativamente como bandeira política para deputados que estão de olho em suas bases, pensando nas eleições municipais. A votação foi significativamente expressiva e só não contou com apoio da bancada do partido Novo e de bolsonaristas mais arraigados. Mas, no fundo, o empenho de Lira e seus deputados neste grupo de votações, não mirava apenas popularidade, mas especialmente, convalidar a MP (Medida Provisória) das apostas esportivas, que prevê que as empresas conhecidas como bets passarão a ser taxadas em 18% em cima da receita bruta de jogos. Isso representa não somente um expressivo aumento de arrecadação, mas também a possibilidade de engordar o orçamento de um ministério que será criado a partir da Fazenda, para gerir tais recursos. Essa seria a porta de entrada do PL, partido de Bolsonaro, no governo Lula.
LULA DERRAPA EM MAIS UMA VEZ EM SUAS LIVES SEMANAIS
Interlocutores próximos de Lula tentam há tempos dissuadir o presidente Lula de realizar suas lives semanais, numa imitação da prosaica comunicação que seu antecessor mantinha com seus eleitores. Foram nestas conversas que polêmicas que perduraram por semanas, exigiram muita saliva de ministros e assessores para corrigir inconsistências, exageros e derrapadas cometidas de improviso. A mais nova delas, improvisada ou não, diz respeito a uma fala na qual afirma que os votos de ministros devem ser sigilosos, para que eles não sofram pressão social. A declaração, obviamente, não foi bem recebida por ambos os lados e exigiu uma manifestação pública do STF, que se manifestou desfavorável à proposta.
A DANÇA ENVERGONHADA DOS MINISTÉRIOS;
Hoje, oficialmente, PP e Republicanos, partidos da base de Bolsonaro, podem ter dado maioria confortável no Congresso ao presidente Lula, com potenciais 373 deputados e 60 senadores, margem suficiente para aprovar projetos de lei e PECs. No entanto, a primeira ministra vitimada por essa dança das cadeiras, foi Ana Moser, que não escondeu sua tristeza e consternação. O Republicanos assumirá a pasta de Portos e Aeroportos, enquanto o PP recebe a cadeira deixada por Ana Moser nos esportes. Aos poucos, a base de apoio de Bolsonaro vai ficando mais vermelha, retornando aos velhos tempos em que compunham os governos Lula 1 e Lula 2.
Até semana que vem, caros eleitores!
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