POEMA DE PROFESSOR (PILAR CASAGRANDE)
Calculo o limite de meu ser nas derivadas da vida,
Defino minha função de existir.
Nos algarismos loucos e vivos,
Descubro as coordenadas
Sempre enamorada e triste
Que tangenciam nossa existência.
Prótons livres a vagar por entre
Nêutrons mortos e elétrons perdidos.
Os pensamentos resistentes
Singram a velocidades incríveis;
E o rendimento de minha alma
Cai em vertiginosa queda livre.
Nos paradigmas misteriosos
Ilustrados por paráfrases incoerentes,
Estimulam antítese em meus ideais,
E me trazem ideias românticas…
Se me envolvo em plena aldeia global
Tropeço em grandes cordilheiras
E sou projetado em épura como um ponto,
O ponto que sou… Num mundo de linhas!
TUDO E MAIS UM POUCO (PILAR CASAGRANDE)
O nosso amor é uma história linda,
Tão linda pra mim parece sonho.
Um sonho que perdura e jamais finda,
No qual minha alegria, toda eu ponho.
Nasceu de um louco anseio que tivemos,
De dois olhares que um dia se encontraram.
Compreende, compreendeste, compreendemos
Que pra sempre nossas vidas se irmanaram.
Agora, confiantes caminhamos,
Passo a passo, embebidos por completo,
Na ventura do sonho que sonhamos.
Venceremos, assim, seja o que for,
Entrelaçados pelo mesmo afeto,
Juntos, unidos pelo mesmo amor…
O AMOR É CONTAGIANTE… (PILAR CASAGRANDE)
Existe em cada rima uma ternura
Com que eu revelo o meu sentimento
Na doce inspiração de um momento
Ao sabor da alegria ou da tortura.
Receba a oferta destes meus versinhos
Que são como lindas flores perfumadas;
São lindas rosas, mas não tem espinhos,
Nasceram hoje pela madrugada…
PALHAÇO EQUILIBRISTA (PILAR CASAGRANDE)
Magnificamente se encontra no picadeiro.
Com majestosa habilidade apresenta seu espetáculo,
Manipula as emoções e tensões, projetadas na plateia.
O que observa são símbolos
Mantidos em perfeito equilíbrio,
Aos olhos de quem vê.
Uma falha causa repudio,
Um acerto aprovação.
A gravidade é sua inimiga maior.
Permanece em constante luta,
Treina, se tortura, se condiciona, se aflige,
Aprende na sua pratica uma rígida teoria,
Controle, tempo e determinação.
Hoje, não precisa mais de picadeiro!
O significado é outro,
Todos somos palhaços e equilibristas,
Nos apresentamos no palco que é a vida…
Até quando?
O POETA É LIVRE (PILAR CASAGRANDE)
O poeta é livre para criar!
Ele pode ser um amante
E escrever com luxúria,
Imprimir lubricidade nas rimas
E falar com o corpo todo,
Amar e levar o leitor a deleitar-se.
É bem capaz de deixá-lo inebriado!
Querendo mais faz o leitor se apropriar do lido,
Vivendo as ilusões contidas nas poesias.
O poeta tem o poder de fazer sentir,
De fazer cantar, encantar e amar.
De se fazer presente nos sonhos
Mais inconfessáveis de quem lê.
TRENS E FERROVIAS (PILAR CASAGRANDE)
Estradas de ferro, meio de comunicação,
Também chamadas de ferrovias.
Locomotiva e vagão formam a composição,
Que transporta homens e mercadorias.
Nas primeiras estradas de ferro,
Trens de passageiros, não trafegaram não!
Construíram estas, que não eram de ferro,
Nas minas; para o transporte do carvão.
Os trilhos eram feitos de madeira,
E os pequenos vagões cheios de carvão,
Eram puxados ou empurrados na ladeira,
Um atrás do outro, como uma procissão.
Os trilhos de madeira não eram resistentes.
Logo, então, trilhos e rodas mudavam;
Eram agora de ferro presos a dormentes.
Firmes e seguros, mais carga transportavam.
Mais de mil homens num país de gigantes.
Nas altas construções; os galpões de zinco,
Povoados de muitos guindastes possantes,
Serras e tornos trabalhavam com afinco.
Desgastadas pelo uso, carros ou locomotivas,
Chegavam à oficina quase sem funcionar.
Aos poucos as velhas ferragens já inativas,
Eram trocadas, e como novas voltavam a rodar.
No quadro atual os trens são a solução
Para os difíceis problemas nas rodovias.
Transporta pesadas cargas, sem poluição,
E não atrapalha os outros usuários das rodovias.
EM ALGUMA ESQUINA DA VIDA (PILAR CASAGRANDE)
O mundo é tão diminuto
Que o pensamento ligeiro,
Percorre o planeta inteiro
Em menos de um só minuto.
Por isso não me lamento,
E, muito embora, o não vejas,
Terás, onde quer que estejas,
Contigo o meu pensamento.
Pois, a saudade, essa então,
Flor que no peito entretemos,
Por muito mal que a tratemos,
Não morre no coração.
Verás que um dia esquecida,
De o nosso ameno tratar,
Iremos nos encontrar,
Em alguma esquina da vida.