Telhado de Vidro (David Lorenzon Ferreira)
Pessoas não são deuses ou semideuses imortais
São criaturas estruturadas sobre ossos e vísceras carnais
Sujeitos pecadores como todos nós mortais
Uns e outros se esquecem do contexto habitual
Dos amigos que os rodeiam e de sua estrutura familiar
Sorvem bem o pré-conceito fermentado com veneno
Um eficaz elixir do esquecimento intrapessoal
Jogam pedras e agridem para repelir tais sentimentos
De uma sociedade triste que agoniza há tempos por paz
Pegue e sorva uma rocha, mire e lance muito alto
Tome cuidado com o vento que o destino orienta
Telhados de vidro com calhas de chuva cristalina
Suportam o veneno de víboras humanas jaz morta
Transcendem ao surreal de sua insanidade fatal
Feridas incisivas por seus próprios cacos de vidro